Dragões ou dragos (do grego drákon, δράκων) são criaturas presentes na mitologia dos mais diversos povos e civilizações. São representados como animais de grandes dimensões, normalmente de aspecto reptiliano (semelhantes a imensos lagartos ou serpentes), muitas vezes com asas, plumas, poderes mágicos ou hálito de fogo. A palavra dragão é originária do termo grego drakôn, usado para definir grandes serpentes.
Em vários mitos eles são apresentados literalmente como grandes serpentes, como eram inclusive a maioria dos primeiros dragões mitológicos, e em suas formações quiméricas mais comuns. A variedade de dragões existentes em histórias e mitos é enorme, abrangendo criaturas bem mais diversificadas. Apesar de serem presença comum no folclore de povos tão distantes como chineses ou europeus, os dragões assumem, em cada cultura, uma função e uma simbologia diferentes, podendo ser fontes sobrenaturais de sabedoria e força, ou simplesmente feras destruidoras.
Origem dos mitos
Os Dragões talvez sejam uma das primeiras manifestações culturais ou mito criados pela humanidade.
Muito se discute a respeito do que poderia ter dado origem aos mitos sobre dragões em diversos lugares do mundo. Em geral, acredita-se que possam ter surgido da observação pelos povos antigos de fósseis de dinossauros e outras grandes criaturas, como baleias, crocodilos ou rinocerontes, tomados por eles como ossos de dragões.
Por terem formas relativamente grande, geralmente, é comum que estas criaturas apareçam como adversários mitológicos de heróis lendários ou deuses em grandes épicos que eram contados pelos povos antigos, mas esta não é a situação em todos os mitos onde estão presentes. É comum também que sejam responsáveis por diversas tarefas míticas, como a sustentação do mundo ou o controle de fenômenos climáticos. Em qualquer forma, e em qualquer papel mítico, no entanto, os dragões estão presentes em milhares de culturas ao redor do mundo.
As mais antigas representações mitológicas de criaturas consideradas como dragões são datadas de aproximadamente 40.000 a. C., em pinturas rupestres de aborígines pré-históricos na Austrália. Pelo que se sabe a respeito, comparando com mitos semelhantes de povos mais contemporâneos, já que não há registro escrito a respeito, tais dragões provavelmente eram reverenciados como deuses, responsáveis pela criação do mundo, e eram vistos de forma positiva pelo povo.
Dragões para a mitologia
Dragões ao redor do mundo
A imagem mais conhecida dos dragões é a oriunda das lendas europeias (celta/escandinava/germânica) mas a figura é recorrente em quase todas as civilizações antigas. Talvez o dragão seja um símbolo chave das crenças primitivas, como os fantasmas, zumbis e outras criaturas que são recorrentes em vários mitos de civilizações sem qualquer conexão entre si.Há a presença de mitos sobre dragões em diversas outras culturas ao redor do planeta, dos dragões com formas de serpentes e crocodilos da Índia até as serpentes emplumadas adoradas como deuses pelos astecas, passando pelos grandes lagartos da Polinésia e por diversos outros, variando enormemente em formas, tamanhos e significados.
O escritor grego Filóstrato, dedicou uma extensa passagem da sua obra Vida de Apolônio de Tiana aos dragões da Índia (livro III, capítulos VI, VII e VIII). Forneceu informações muito detalhadas sobre esses dragões.
Dragões no Médio Oriente
No Médio Oriente os dragões eram vistos geralmente como encarnações do mal. A mitologia persa cita vários dragões como Azi Dahaka que atemorizava os homens, roubava seu gado e destruía florestas (e que provavelmente foi uma alegoria mística da opressão que a Babilônia exerceu sobre a Pérsia na antiguidade clássica). Os dragões da cultura persa, de onde aparentemente se originou a ideia de grandes tesouros guardados por eles e que poderiam ser tomados por aqueles que o derrotassem, hoje tema tão comum em histórias fantásticas.Dragões na Mesopotâmia
Na antiga Mesopotâmia também havia essa associação de dragões com o mal e o caos. Os dragões dos mitos sumérios, por exemplo, frequentemente cometiam grandes crimes, e por isso acabavam punidos pelos deuses — como Zu, um deus-dragão sumeriano das tempestades, que em certa ocasião teria roubado as pedras onde estavam escritas as leis do universo, e por tal crime acabou sendo morto pelo deus-sol Ninurta. E no Enuma Elish, épico babilônico que conta a criação do mundo, também há uma forte presença de dragões, sobretudo na figura de Tiamat. No mito, a dracena (ou dragã-fêmea) Tiamat, apontada por diversos autores como uma personificação do oceano, e seu consorte mitológico Apsu, considerado como uma personificação das águas doces sob a terra, unem-se e dão à luz os diversos deuses mesopotâmicos. Apsu, no entanto, não conseguia descansar na presença de seus rebentos, e decide destruí-los, mas é morto por Ea, um de seus filhos. Para vingar-se, Tiamat cria um exército de monstros, dentre os quais 11 que são considerados dragões, e prepara um ataque contra os jovens deuses. Liderados pelo mais jovem entre eles, Marduk, que mais tarde se tornaria o principal deus do panteão babilônico, os deuses vencem a batalha e se consolidam como senhores do universo. Do corpo morto de Tiamat são criados o céu e a terra, enquanto do sangue do principal general do seu exército, Kingu, é criada a humanidade. O Dragão de Mushussu é subjugado por Marduk, se tornando seu guardião e símbolo de poder.Dragões nas lendas orientais
Nos mitos do extremo oriente os dragões geralmente desempenham funções superiores a de meros animais mágicos, muitas vezes ocupando a posição de deuses. Na mitologia chinesa os dragões chamam-se long e dividem-se em quatro tipos: celestiais, espíritos da terra, os guardiões de tesouros e os dragões imperiais. O dragão Yuan-shi tian-zong ocupa uma das mais altas posições na hierarquia divina do taoísmo. Ele teria surgido no princípio do universo e criado o céu e a terra.
Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino semelhante. O dragão Ryujin, por exemplo, era considerado o deus dos mares e controlava pessoalmente o movimento das marés através de jóias mágicas.
Dragões na Bíblia
Muito da visão dos cristãos a respeito de dragões é herdado das culturas do médio oriente e do ocidente antigo, como uma relação bastante forte entre os conceitos de dragão e serpente (muitos dragões da cultura cristã são vistos como simples serpentes aladas, as vezes também com patas), e a associação dos mesmos com o mal e o caos.
De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, no Antigo Testamento, dragões tipificam os inimigos do povo de Deus, como em Ezequiel 29:3. Ao fazer isso, associa-se a ideia das mitologias de povos próximos, para dar maior entendimento aos israelitas. É por isso que a Septuaginta, na sua narrativa da história de Moisés, traduz "serpente" por "dragão". (Êxodo 7:9-12).
Há ainda, no antigo testamento, no Livro de Jó 41:10-21, a seguinte descrição do Leviatã:
18 Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.
19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
20 Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.
21 O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma chama.
Em Isaías 30:6, há citado um "áspide ardente voador" (versão ARC), junto com outros animais, para ilustrar a terra para onde os israelitas serão levados, pois o contexto do capítulo é sobre a repreensão deles. No Novo Testamento, acha-se apenas no Apocalipse de São João, utilizado como símbolo de satanás.
O Leviatã, a serpente/crocodilo cuspidora de fumaça do livro de Jó, também é considerado um dragão bíblico, embora não seja apresentado como um ser maligno e sim como uma criação de YHWH (Jeová, nome de Deus). Os dragões nas histórias da cristandade acabaram por adotar esta imagem de maldade e crueldade, sendo como representações do mal e da destruição.
O caso do mais célebre dragão cristão é aquele que foi morto por São Jorge, que se banqueteava com jovens virgens até ser derrotado pelo cavaleiro. Esta história também acabou dando origem a outro clássico tema de histórias de fantasia: o nobre cavaleiro que enfrenta um vil dragão para salvar uma princesa.
Dragões na América pré-colombiana
Os dragões aparecem mais raramente nos mitos dos nativos americanos, mas existem registros históricos da crença em criaturas "draconídeas".Um dos principais deuses das civilizações do golfo do México era Quetzalcoatl, uma serpente alada. Nos mitos da tribo Chincha do Peru, Mama Pacha, a deusa que zelava pela colheita e plantio, era às vezes descrita como um dragão que causava terremotos.
O mítico primeiro chefe da tribo Apache (que, segundo a lenda, chamava-se Apache ele próprio) duelou com um dragão usando arco e flecha. O dragão da lenda usava como arco um enorme pinheiro torcido para disparar árvores jovens como flechas. Disparou quatro flechas contra o jovem, que conseguiu se desviar de todas. Em seguida foi alvejado por quatro flechas de Apache e morreu.
No folclore brasileiro existe o Boitatá, uma cobra gigantesca que cospe fogo e defende as matas daqueles que as incendeiam.
Dragões nas lendas européias
A visão negativa de dragões é bem representada na lenda nórdica ou germânica de Siegfried e Fafnir, em que o anão Fafnir acaba se transformando em um dragão justamente por sua ganância e cobiça durante sua batalha final contra o herói Siegfried. Nesta mesma lenda também pode ser visto um traço comum em histórias fantásticas de dragões, as propriedades mágicas de partes do seu corpo: na história, após matar Fafnir, Siegfried assou e ingeriu um pouco do seu coração, e assim ganhou a habilidade de se comunicar com animais.
Serpentes marinhas como Jormungand, da mitologia nórdica, era o pesadelo do Vikings; por outro lado, a proa de seus navios eram entalhadas com um dragão para espantá-lo.
Na mitologia grega, também é comum ver os dragões como adversários mitológicos de grandes heróis, como Hércules ou Perseu. De acordo com uma lenda da mitologia grega, o herói Cadmo mata um dragão que havia devorado seus liderados. Em seguida, a deusa Atena apareceu no local e aconselhou Cadmo a extrair e enterrar os dentes do dragão. Os dentes "semeados" deram origem a gigantes, que ajudaram Cadmo a fundar a cidade de Tebas.
Sláine, Cuchulainn e diversos outros heróis celtas enfrentaram dragões nos relatos dos seus povos.
A lenda polonesa do dragão de Wawel conta como um terrível dragão foi morto perto da actual cidade de Cracóvia.
Durante a idade média as histórias sobre batalhas contra dragões eram numerosas. A existência dessas criaturas era tida como inquestionável, e seu aspecto e hábitos eram descritos em detalhes nos bestiários da Igreja Católica. Segundo os relatos tradicionais, São Jorge teria matado um dragão.
Muitos povos celtas, por exemplo, possuíam imagens dragões em seus brasões familiares, e há também muitas imagens de dragões como estandartes de guerra desses povos.
Existem lendas e boatos que existem dragoes nas montanhas e florestas Romenas, na região da Transilvânia.
Em Portugal, o dragão mais famoso é a "coca" ou "coca rabixa". A festa da "coca" realiza-se no dia do Corpo de Deus.
No ano de 2006, o Discovery Channel exibiu um documentário dissertando que os dragões realmente existiram. Seriam a evolução de certos répteis. O fogo poderia ser expelido pela boca pois havia gás metano junto de demais gases dentro do estômago, assim como nós mesmos temos.
Dragões na alquimia
Na alquimia, o dragão expressa a manifestação do ser superior. Há quatro dragões alquímicos; o Dragão do Ar, que é o Mercúrio dos Sábios; o Dragão da Água, o Sal Harmônico; o Dragão do Fogo, o Enxofre dos Sábios; e o Dragão da Terra, o Chumbo dos Sábios, o negrume. Além desses elementos, o sangue do dragão é o ácido e o processo corrosivo do trabalho alquímico. Esses quatro dragões são os quatro aspectos de Lúcifer, o protótipo original do homem-anjo e do homem-besta em seu aspecto primitivo, primordial e superior. O dragão alquímico, ou Lúcifer, é o dragão iniciador da luz e das trevas que são elementos unificados, resultando na consciência espiritual e na aquisição de sabedoria (Sophia). Tal iniciação ocorre nos quatro Elementos alquímicos que são parte do iniciado alquimista.O dragão é um hieróglifo dos quatro elementos (Ar, Fogo, Água e Terra), assim como da matéria volátil e da matéria densa, representados pelo dragão alado e pelo dragão sem asas, respectivamente. Como criatura alada, o dragão luciférico representa os poderes do Elemento Ar e a volatilização. É força expansiva, inteligência, pensamento, liberdade, a expansão psicomental, a elevação espiritual. Como criatura ígnea que é capaz de cuspir fogo, ele possui os poderes do Elemento Fogo, a calcinação, a força radiante, a energia ígnea que cria e destrói. É o aspecto que está relacionado à intuição espiritual que vem como uma labareda, e à vontade espiritual. Como criatura escamosa aquática, o dragão expressa os poderes do Elemento Água, a força fluente e a dissolução da matéria. É o aspecto que simboliza as emoções superiores, a alma, o inconsciente individual como fonte de conhecimento. Como um ser terrestre que caminha sobre quatro patas e habita em profundas cavernas, o dragão representa os poderes do Elemento Terra, a força coesiva, a matéria e o corpo físico do alquimista.[carece de fontes]
Esses são os perfeitos dragões alquímicos luciféricos, manifestados no iniciado.
Dragões na cultura moderna
Dragões aparecem em várias histórias do gênero fantasia, desde O Hobbit de J.R.R. Tolkien com o dragão Smaug, passando por Conan de Robert E. Howard e chegando a filmes modernos como Reino de Fogo, que descreve um futuro apocalíptico, no qual a humanidade foi massacrada pelos répteis. O dragão considerado clássico foi imortalizado principalmente pela figura de Smaug, em O Hobbit, livro de J. R. R. Tolkien. Seguindo o conceito da cultura cristã ocidental, Smaug era um dragão terrível e destruidor, que reunia grandes tesouros em seu covil na Montanha Solitária. Por ter sido este o romance que praticamente iniciou toda a tradição de literatura fantástica contemporânea, Smaug acabou se tornando o estereótipo do dragão fantástico atual.
Outro conto de C.S. Lewis nas Crônicas de Nárnia, mais precisamente em A viagem do Peregrino da Alvorada, conta-se de um dragão o qual Eustáquio encontra praticamente morto, e com ele um tesouro magnífico, Eustáquio sendo muito ganacioso, pegou um bracelete em meio ao magnífico tesouro, e dormiu na toca do Dragão. Quando acordou no outro dia, pensou que o dragão estava vivo, ou que havia outro dragão, porque ele mesmo tornara-se um dragão, e assim o tesouro mostrara-se amaldiçoado. Aslam ajuda Eustáquio a voltar ao normal, mostrando assim o contexto cristão da Crônica. Na história, não explica-se o fato do dragão está morto.
Dando continuidade à mitologia, J. K. Rowling insere dragões em diversos livros de seu bruxo mundialmente célebre, Harry Potter. O livro em que a autora deixa clara a existência atual destas criaturas é o primeiro livro da série, intitulado "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Nesta obra, um dos personagens, Hagrid, ganha em um bar um ovo de dragão, algo que ele sempre desejara. O ovo é chocado no fogo e, após um tempo, um dragãozinho rompe a sua casca e recebe de Hagrid o nome de Norbert. Norbert (ou Norberto na tradução de Lia Wyler) cresce e começa a criar problemas para Hagrid que, enfim, cede à insistência de Harry e seus amigos e doa o dragão a Charlie (Carlinhos), irmão de Rony Weasley que estuda dragões na Romênia.
Na série literária de fantasia As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, os dragões estão extintos há muitos séculos, e eram sinônimo de poder, símbolo de uma das Casas mais tradicionais e poderosas da trama. No fim do primeiro volume da saga, eles renascem sendo uma grande força para a potencial chegada de Daenerys Targaryen ao poder.
Dragões são extremamente populares entre jogadores de RPG. Na verdade seu nome mesmo aparece no título do primeiro jogo desse gênero - Dungeons and Dragons. Dragões também são tema recorrente em jogos como Arkanun e RPGQuest.
Os dragões representam, em parte a liberdade e o poder que o Homem deseja atingir. E ainda não se conseguiu explicar como é que a ideia de uma criatura, com asas, sopro de fogo, escamas e potencialmente mágica, pode chegar a culturas tão distantes e diferentes como a China Antiga ou os maias e os astecas.
Cita-se na obra O ABISMO psicografada pelo médium Rafael Américo Ranieri o termo "filhos do dragão" na narrativa onde seres horripilantes e com aspectos disformes que perderam a forma humana moradores de locais chamados de abismos e sub-abismos,intitulam-se filhos do dragão, pois este seria como o governador deste local inferior.
O sopro de fogo
[O sopro de fogo dos dragões seria teoricamente possível, caso seus pulmões pudessem separar alguns dos gases que compõe o ar e se fossem de um material tolerante ao calor. A centelha de ignição poderia ser obtida da fricção de dois ossos ou pela ingestão de minerais, que poderiam ser combinados quimicamente para gerar uma reação exotérmica.Alguns acreditam que as glandulas salivares dos dragões produzissem alguma substância volátil que entrasse em combustão espontânea em contato com o ar como o fósforo branco.
Esta teoria para a origem do Fogo dos Dragões foi explorada no filme Reino de Fogo (Reign of Fire), onde uma raça adormecida de dragões despertou após a escavação de uma nova linha de metrô em Londres.
Baseada no princípio dos materiais pirofóricos, os dragões possuíam órgãos produtores de líquidos reativos, separados em seus corpos e portanto estáveis e seguros nessa condição, mas que se uniam em forma de jato combustível quando desejado, á frente de suas bocas quando espirrados a alta pressão por glândulas salivares especiais, se combinando numa espécie de Napalm orgânico extremamente enérgico e inflamável.
Combinando esta mistura com o sopro de ar de expiração rápida do animal, o resultado se traduzia numa potente e longa chama capaz de incendiar e destruir tudo em seu caminho.
Dragões para a biologia
Existe entre os répteis, por exemplo, o gênero Draco usado para designar espécies normalmente encontradas em florestas tropicais, que possuem abas parecidas com asas nos dois lados do seu corpo, usando-as para planar de uma árvore para outra nas florestas.
Existem diversas espécies de peixes, especialmente de cavalos-marinhos, que possuem nomes populares de dragões.
O dragão-de-komodo (Varanus komodoensis), um grande lagarto que pode chegar ao tamanho de um crocodilo, é um carnívoro e carniceiro encontrado na ilha de Komodo, no arquipélago da Indonésia, e ganhou esse nome devido à sua aparência, que remete aos dragões mitológicos. Acabou se tornando o mais famoso dragão vivente do mundo real. É a maior espécie de lagarto que existe e este réptil já vivia na face da terra muito tempo antes da existência do homem. Possui em sua saliva bactérias mortais que tornam inútil a fuga de uma presa após levar uma mordida, pois sobrevém uma infecção rápida e letal que a mata em alguns dias. Apesar de serem tão letais, um dragão não morre caso se morda, pois seu sistema imunológico possui anticorpos que neutralizam as bactérias que habitam sua boca.
Símbolo
O dragão é atualmente símbolo da China e também foi utilizada como apelido do ex-ator e artista marcial chinês Bruce Lee, mais precisamente "o pequeno dragão". O dragao e conhecido em portugal como simbolo de um clube de futebol - futebol clube do porto- bastante conhecido e apreciado. Sendo desta forma os "superdragoes" um dos tres clubes principais do pais e um dos mais apreciados da europa sendo comparado ao real madrid e barcelona. O dragao e associado a forca e capacidade de vencer as dificuldades titulos e jogos vividos pela equipa nortanha portuguesa!Dragões na Literatura
Ciclo da Herança
A série de literatura infanto-juvenil Ciclo da Herança, do escritor americano Christopher Paolini, publicado originalmente entre 2002 e 2011, é uma das séries literárias que mais utilizam dragões e toda sua mitologia para desenvolver sua trama, em toda a história da literatura mundial. Segundo a saga, dividias em quatro livros, os dragões existiam desde sempre no fictício e mágico império de Alagaësia. Quando, há milhares de anos no passado, um elfo mata uma dragão, estas duas raças — elfos e dragões — entram numa guerra que dura anos e só é finalizada quando um dragão chamado Bid'Daun eclode de seu ovo para o jovem elfo Eragon e juntos convencem ambas as raças a suspenderem o conflito de forma definitiva, forjando um pacto de paz entre elas.
Assim nascem os Cavaleiros de Dragão — para marcar a aliança entre ambas as raças —, mitológicos guerreiros (inicialmente apenas a raça élfica, entretanto, com o passar dos séculos, raça humana também foram aceita para integrar a Ordem dos Cavalheiros), que compartilham com seus respectivos dragões não apenas lealdade mútua, mas também todos os tipos sentimentos e consciencia, sendo o elfo ou humano cavelheiro parte do dragão, assim como o dragão é parte do cavalheiro — e não apenas uma montaria. Cavaleiro e dragão comunicam em pensamento, podendo compartilhar, mesmo inconscientemente, sentimentos como raiva, dor, felicidade, amor e medo;Na mitologia criada por Paolini para a saga, os dragões podem ter vários tamanho, várias cores, maneiras de atacar e hábitos alimentos diferentes, dependendo da descendência, habitat e da raça. Na história, há dois tipos de dragão:
- Selvagem: Ou seja, não aceita ordens, pode ser feroz e arredio.
- Doméstico: Ligado a um cavaleiro, pode atingir um nível de civilização, mas sem perder as caracteritiscas selvagens naturais de sua raça.
Na saga, o escritor americano manteve aspectos comumente associados à dragões: em suas histórias, todos eles têm escamas, uma língua áspera e cospem fogo, e os seus pontos fracos são as asas, a área do ventre e a garganta. São belos, altivos, inteligentes, mágicos, grandes, poderosos e ferozes.
Bibliografia
- "A Origem das Espécies", Charles Darwin. Editora Itatiaia.
- "Draconomicon", Andy Collins, Skip Williams. Wizards.
- "Enciclopédia dos Monstros", Gonçalo Junior. Ediouro.
- "Estudos Alquímicos", C.G.Jung. Editora Vozes.
- "Arkanun", Marcelo Del Debbio. Daemon Editora.
- "Religiões do Mundo", Brandon Toropov. Madras Editora.
- "Eragon", Christopher Paolini. Editora Rocco Jovens Leitores.
- "O Guia da Alagaësia de Eragon". Editora Rocco Jovens Leitores.
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APOLO E A SERPENTE PÍTON
— É tudo verdade, Juno: Latona está grávida do seu esposo, Júpiter!
Íris, a mensageira e confidente de Juno, fora quem descobrira a novidade.
— Pois quero esta mulher bem longe de qualquer terra, compreendeu? -esbravejou Juno,
enciumada. — Bem longe de qualquer terra.
"Bem longe de qualquer terra", pensou íris. "É um bocado longe."
Latona, com o ventre dolorido, foi obrigada, assim, a percorrer o mundo todo —
atravessando, exausta, lugares como o Quio, a Trácia, a Ática, a Eubéia, as ilhas do mar Egeu,
sem jamais receber abrigo de quem quer que fosse, em lugar algum. E como se isto não bastasse,
atrás dela ainda ia Píton, uma terrível serpente encarregada de devorar os seus filhos. Sem dar um
segundo de descanso, a pavorosa serpente empenhou-se na sua tarefa, sem nunca, entretanto,
conseguir alcançar o seu objetivo maior.
Assim, depois de muito vagar, Latona acabou por chegar à ilha de Ortígia, onde
encontrou, finalmente, um abrigo. Ortígia era uma ilha flutuante, não estando fixa, portanto, em
lugar algum, não fazendo parte da terra.
Ali, durante nove dias e nove noites, Latona gemeu sob o império da dor. Mas Ilícia, a
deusa que preside os partos, soube dos sofrimentos atrozes pelos quais a pobre mãe passava e
resolveu socorrê-la.
— O filho de Latona será o mais belo dos deuses, e para mim será uma honra excelsa
presidir o seu nascimento — disse ela às amigas, antes de partir.
E assim foi. Depois de intenso sofrimento, Latona viu seus trabalhos duplamente
recompensados: de seu ventre saíram não um, mas dois filhos — um belo menino, de nome
Apólo, e uma graciosa menina, chamada Diana.
— Aí tens o dia e a noite, um em cada braço — disse Ilícia, ternamente. Apólo, de pele
alva e louros cabelos, de fato era a representação perfeita do sol e do dia, enquanto que Diana, de
cabelos negros caídos sobre um colo faiscante, representava a lua envolta pela noite.
Júpiter deu a seus filhos muitos presentes, mas o que mais lhes agradou foi um
maravilhoso arco confeccionado por Vulcano. Desde este dia Diana afeiçoou-se de tal modo ao
seu exercício, que acabou se tornando a deusa da caça. Quanto a Apólo, tinha em mente, antes
que tudo, vingar sua mãe.
— Diga-me, meu pai, onde está a terrível serpente que perseguiu tão cruelmente a minha
mãe — disse ele, com os olhos postos no céu -, e irei matá-la com minhas próprias setas.
Latona e seus filhos abandonaram a ilha — que passou a se chamar, desde então, Delos,
ou seja, "ilha luminosa", em homenagem ao deus da luz e do sol -e, após vários percalços,
chegaram enfim ao seu destino.
— Eis o monte Parnaso, meus filhos — disse Latona, abraçada aos dois. Mas aquele local
magnífico, repleto de montanhas e abundante vegetação, escondia também um horror. Era ali
que a serpente Píton, filha da Terra, vivia, instalada bem ao pé do monte Parnaso em um imundo
covil.
— Chegou a hora, maldita serpente — disse Apólo, enganchando uma flecha em seu
poderoso arco -, de acertarmos as nossas contas.
De dentro da caverna partiu um urro tremendo, que fez desmoronar muitas montanhas
ao redor. Logo em seguida um bafo pestilencial, um misto de fogo e de sangue, foi expelido de
dentro, incendiando tudo que estivesse à sua frente. A serpente medonha escorregou para fora da
cova como se fosse uma língua em chamas expelida pela goela escancarada da montanha.
Apolo, após subir em cima de um rochedo, estendeu o mais que pôde a corda de seu arco
e mirou no abismo de sua boca infernal. A fera, contudo, desviou-se da seta, dando um salto
inesperado e rolando de lado sobre a relva, que ficou toda crestada.
— Apolo, meu filho, cuidado! — gritava sua mãe, abraçada a Diana, que queria se
desvencilhar dos braços da mãe para ir ajudar o irmão.
— Não se meta nisto, minha irmã! — bradou o deus solar. — Você é muito nova e frágil
para enfrentá-la
Apólo nem se dava conta de que tinha a mesma idade da irmã, mas naquele momento foi
a única coisa que lhe ocorreu para manter a salvo as duas mulheres.
A serpente agora estava completamente em pé — parecia impossível, mas estava
completamente ereta, como uma gigantesca palmeira -, e seu ventre, originalmente claro, estava
todo coberto do sangue seco e dos ossos esmagados de antigos e horrendos festins. Um silvo
ensurdecedor passou sobre o rosto de Apólo, como um vento quente e mórbido que um vulcão
houvesse expelido em seu rosto.
Píton entesou o seu corpo e lançou um bote quase certeiro sobre a rocha onde o deus do
sol se mantinha precariamente equilibrado. Um grande dente amarelado da serpente ficou
cravado sobre a rocha, como se fosse uma gigantesca espada enterrada na pedra. Dela escorria
um líquido pestilencial da cor do âmbar e que exalava um odor terrivelmente nefasto.
Apólo foi cair sobre a saliência de um penedo, ainda entontecido pelo bafo mefítico da
sua cruel inimiga. A serpente Píton, após relancear a cabeça em várias direções, arregalou suas
grandes pupilas horizontais: uma centena de línguas fendidas saíram ao mesmo tempo de sua
boca e chicotearam o ar em todas as direções. A temível Píton farejara novamente a sua presa.
Mas antes que volvesse sua cabeça na fatídica direção, Apólo já estava em pé outra vez.
Retesando ao mesmo tempo em seu arco três de suas mais afiadas setas, Apólo esticou a corda
até que ela quase estalasse.
— Serpente maldita, aqui está o seu castigo! — disse o deus, despedindo as três setas, que
partiram sibilando pelo ar.
Já no caminho as poderosas setas foram duelando com as línguas serpenteantes da víbora,
e uma chuva delas caiu do alto, decepadas pela velocidade das setas. Em seguida, cada qual
tomando seu caminho foi buscar um alvo diferente: a primeira foi alojar-se no olho esquerdo da
víbora; a segunda penetrou em seu peito, ausente de escamas, enterrando-se em seu coração; e
finalmente a terceira entrou-lhe pela boca adentro, tirando-lhe o hausto da vida. Como uma
palmeira que tomba, a serpente Píton caiu, provocando um grande estrondo, que fez tremer a
Terra durante oito dias.
Apólo vencera. Tomando então sua lira — que Mercúrio lhe dera de presente -, ele
entoou sua canção de vitória, abraçado à mãe e à irmã. Disse a elas, triunfante:
— Aqui enterrarei a terrível serpente, e sobre seu túmulo erguerei um sagrado templo,
além de um oráculo, que será em breve o mais famoso de todos.
Era o oráculo de Delfos, local onde todo mortal iria sondar os irrevogáveis decretos das
Parcas, as deusas que presidem ao destino
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