Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria.
Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, lingua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande.
A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos [1] (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.
A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os cristãos de língua grega [1] e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.
A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma seguem o cânone judaico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei Jaime em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha.
Fragmento da Septuaginta, do século I.
A Septuaginta foi tida em alta conta nos tempos antigos. Fílon de Alexandria e Flávio Josefo consideravam-na divinamente inspirada. Além das traduções latinas antigas, a Septuaginta também foi a base para as versões em eslavo eclesiástico, para a Héxapla de Orígenes (parte) e para as versões armênia, georgiana e copta do Antigo testamento. De grande significado para muitos cristãos e estudiosos da Bíblia, é citada no Novo Testamento e pelos Padres da Igreja. Muito embora judeus não usassem a Septuaginta desde o século II, recentes estudos acadêmicos trouxeram um novo interesse sobre o tema nos estudos judaicos. Alguns dos pergaminhos do Mar Morto sugerem que o texto hebraico pode ter tido outras fontes que não apenas aquelas que formaram o texto massorético. Em vários casos, estes novos textos encontrados estão de acordo com a LXX. Os mais antigos códices da LXX (Vaticanus e Sinaiticus) datam do século IV.
Índice [esconder]
1 Controvérsia
1.1 Contra
1.2 Pró Septuaginta
2 Criação do texto
3 Nome e designação
4 Edições impressas
5 Referências
6 Ver também
7 Ligações externas
[editar]Controvérsia
[editar]Contra
Há controvérsia quanto à veracidade de que a Septuaginta tenha mesmo existido como uma versão pré-cristã do Velho Testamento em grego, pois nunca foi encontrada nenhuma versão do Velho Testamento em grego datando antes de Orígenes (185 — 253 d.C).[2] H. D. Williams, vice-presidente da Dean Burgon Society[3] publicou um estudo detalhado, no qual defende que a Septuaginta nunca existiu e não passa de um mito.[4] Os defensores da Septuaginta alegam que Jesus Cristo e os apóstolos citaram a Septuaginta. Dr. Williams alega que foi Orígenes quem utilizou o grego do Novo Testamento para traduzir em grego o Velho Testamento na sua obra Héxapla. Dr. Williams argumenta que esta coluna da Héxapla, escrita por Orígenes, hoje é chamada de "Septuaginta", porque a Septuaginta, propriamente dita, não existe.
Mesmo Dr. Jones e Dr. Silva, defensores da Septuaginta e escritores do prominente livro Invitation to Septuagint (Convite à Septuaginta), expressam, em duas ocasiões, a fragilidade que cerca o assunto:[5]
a) "The reader is cautioned, therefore, that there is really no such thing as the Septuagint" (O leitor é advertido, portanto, que na verdade não existe uma 'Septuaginta')
b) "Strictly speaking, there is no such thing as the Septuagint. This may seem like an odd statement in a book entitled Invitation to the Septuagint, but unless the reader appreciates the fluidity and ambiguity of the term, he or she will quickly become confused by the literature." (Estritamente falando, não existe uma 'Septuaginta'. Esta parece até uma declaração estranha num livro chamado Convite à Septuaginta, mas a menos que o leitor compreenda a fluidade e ambiguidade do termo, ele ou ela irá se confundir rapidamente pela literatura.).
[editar]Pró Septuaginta
Vários estudos atestam que os Apóstolos e Evangelistas usaram a Septuaginta, a Sociedade Bíblica do Brasil afirma que "pois, como se sabe muitas citações (e alusões) do Antigo Testamento no Novo Testamento procedem diretamente da clássica versão grega".[6] E que das 350 citações que o Novo Testamento faz do Velho Testamento, pelo menos 300 provêm da versão grega.[6]
Exemplos de trechos referentes a Septuaginta podem ser encontrados no Evangelho segundo Mateus, por exemplo, onde Jesus Cristo em resposta ao diabo diz:[6]
"Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." Mt 4, 4.
Jesus referiu-se a Deuteronômio 8,3, onde é usada é "da boca do Senhor" enquanto a Septuaginta traz "da boca de Deus".[6]
[editar]Criação do texto
De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, sábios judeus traduziram a Torah para o grego koiné no século III a.C.[7] Outros livros foram traduzidos ao longo dos dois séculos seguintes. Não é claro quando ou onde cada tradução foi realizada. Alguns livros podem inclusive ter sido traduzidos mais de uma vez, configurando diferentes versões e posteriormente revisados.[8] A qualidade e o estilo dos diferentes tradutores também variavam consideravelmente de livro a livro, indo da tradução literal, à de paráfrase e à interpretativa. De acordo com a avaliação de um estudioso "o Pentateuco foi razoavelmente bem traduzido, mas o resto dos livros, especialmente os poéticos, foram em geral mal feitos e contém mesmo alguns absurdos".[9]
A medida que o trabalho de tradução gradualmente progredia e novos livros eram adicionados à coleção, a abrangência da Bíblia grega passou a ficar um tanto indefinida. O Pentateuco sempre manteve a sua preeminência como a base do Cânon, mas a coleção de livros proféticos (a partir dos quais os Neviim foram selecionados) teve sua composição alterada por ter vários escritos hagiográficos nele incorporados. Alguns dos escritos mais recentes, os chamados anagignoskomena, em grego, não estão incluídos no Cânon judaico. Dentre estes livros estão os Livros dos Macabeus e o Eclesiástico. Além disso, a versão da LXX de algumas obras, como o Livro de Daniel e o Livro de Ester, são mais longos do que aqueles encontrados no texto massorético.[10] Alguns livros posteriores, como o Livro da Sabedoria, II Macabeus, entre outros, aparentemente já foram compostos em grego e não em hebraico.[11]
A autoridade do grupo mais extenso de "escritos", a partir dos quais se formou o ketuvim, ainda não havia sido determinada, apesar de que algum tipo de processo seletivo deve ter sido empregado, uma vez que a LXX não inclui outros documentos judaicos bem conhecidos como o Livro de Enoque, o Livro dos Jubileus e outros escritos que atualmente são parte da Pseudepigrafia. Não é sabido quais foram os critérios usados para determinar o conteúdo da LXX além da "Lei e dos Profetas", expressão usada muitas vezes no Novo Testamento.
[editar]Nome e designação
A Septuaginta tem seu nome vindo do latim Interpretatio septuaginta virorum (em grego: ἡ μετάφρασις τῶν ἑβδομήκοντα, transl. hē metáphrasis tōn hebdomēkonta), "tradução dos setenta intérpretes". A palavra septuaginta,[12] acrescenta mais detalhes: "No entanto, não foi até o tempo de Agostinho de Hipona (354-430 dC) que a tradução grega das escrituras judaicas veio a ser chamado pela septuaginta termo latino [70 ao invés de 72]. Em sua Cidade de Deus 18,42, enquanto repetindo a história de Aristeu com enfeites típicos, Agostinho acrescenta o comentário: "É a tradução que agora se tornou tradicional para chamar a Septuaginta" ... [Latim omitido] ... Agostinho, portanto, indica que este nome para a tradução grega das escrituras foi um desenvolvimento recente. Mas ele não oferece nenhuma pista sobre quais os possíveis antecedentes levou a este desenvolvimento: Predefinição: Bibleverse, [Antiguidades 12,57, 12,86] Josefo, ou de uma elisão. ... Este nome Septuaginta parece ter sido desenvolvido do quarto para o quinto século. "[11].".[13]
O título latino se refere ao relato legendário contido na pseudepigráfica Carta de Aristeias em que o rei do Egito Ptolomeu II Filadelfo pede a setenta e dois sábios judeus que traduzam a Torá para o grego, com o fim de incluí-la na Biblioteca de Alexandria.[14]
Uma versão posterior da lenda, narrada por Fílon de Alexandria, afirma que apesar de os tradutores terem sido mantidos em salas separadas, todos eles produziram versões idênticas do texto em setenta e dois dias. Apesar desse relato ser historicamente implausível, sua redação traz à tona o desejo dos sábios judeus da época de apresentar a tradução como divinamente inspirada.[14] Uma versão desta lenda é encontrada no Tratado Megillah do Talmude Babilônico (páginas 9a-9b), que identifica especificamente quinze traduções pouco usuais feitas por eruditos. Somente duas dessas traduções são encontradas no texto da LXX que chegou até nós.
[editar]Edições impressas
Todas as edições impressas da Septuaginta são derivadas de três antigas cópias.
A Editio princeps é a Bíblia Poliglota Complutense, baseada em manuscritos atualmente perdidos, é considerada bastante próxima aos mais antigos manuscritos[15]
A edição aldina publicou-se em Veneza em 1518. O texto aproxima-se mais do Codex B do que do complutense. O editor não os especifica que manuscritos usou. Foi reimpressa diversas vezes.
A edição mais importante é a romana ou sistina, que reproduz exclusivamente o Codex Vaticanus Foi publicada pelo Cardeal Caraffa, com a ajuda dos vários peritos, em 1586, autorizado pelo Papa Sisto V, para ajudar nas revisões em preparação da Vulgata Latina, requisitada pelo Concílio de Trento. Transformou-se num repositório de textos do Antigo Testamento grego e teve muitas edições novas, tais como o de Holmes e de Pearsons (Oxford, 1798-1827), e as sete edições de Constantin von Tischendorf, que se publicaram em Leipzig entre 1850 e 1887, sendo que os últimos dois, publicou-se após a morte do autor na revisão da Nestle, e as quatro edições do Henry Barclay Swete (Cambridge, 1887-95, 1901, 1909), etc;
A edição de Grabe foi publicada em Oxford, 1707 a 1720, e reproduzida, de maneira incompleta no Codex Alexandrinus de Londres. Para edições parciais, veja Vigouroux, “Dict. de la Bible”, sqq 1643.
Referências
↑ a b HINNELLS, John. Dicionário das Religiões (em Português). 1 ed. São Paulo: Círculo do Livro, 1984. 378 p. p. 245. 1 vol.
↑ The Christian's handbook of manuscript evidence, 1997, Dr. Peter S. Ruckman
↑ Dean Burgon Society [1]
↑ Expondo a Farsa da Septuaginta, [2]
↑ Invitation to Septuagint, 2000, Dr. Jones and Dr. Silva
↑ a b c d Lima, Alessandro Ricardo. O Cânon Bíblico: A Origem da Lista dos Livros Sagrados (em português). 1ª ed. Brasília: [s.n.], 2007. 125 p. p. 22. ISBN Página visitada em 26/02/11.
↑ Josephus, Flavius, Antiquities of the Jews, 12.2.11-15; Whiston, William; The Complete Works of Josephus; Hendrickson Publishers, (Nashville, Tennessee, 1987); ISBN 0-913573-86-8
↑ Joel Kalvesmaki, The Septuagint
↑ Sir Godfrey Driver, Introduction to the Old Testament of the New English Bible (1970)
↑ Rick Grant Jones, Various Religious Topics, "Books of the Septuagint," (Accessed 2006.9.5).
↑ Ver Livros da Bíblia
↑ The Canon Debate, McDonald & Sanders editors, chapter by Sundberg, page 72
↑ significa "setenta" em latim (daí a abreviação LXX)
↑ a b Jennifer M. Dines, The Septuagint, Michael A. Knibb, Ed., London: T&T Clark, 2004
↑ Joseph Ziegler, "Der griechische Dodekepropheton-Text der Complutenser Polyglotte," Biblica 25:297-310, cited in Würthwein. Apud en:Septuagint;
Tuesday, January 29, 2013
Paulo
Nota: Este artigo é sobre o apóstolo Paulo de Tarso (São Paulo). Para outros significados, veja São Paulo (desambiguação).
São Paulo
Paulo ( por Rembrandt)
Apóstolo dos Gentios e Mártir
Nascimento ca. 5[1] em Tarso, na Cilícia[nota a]
Morte 67 (62 anos)[2]:p. 411
Veneração por Toda cristandade
Principal templo Basílica de São Paulo Extra-Muros, na Via Ostiense, Roma
Festa litúrgica 29 de junho (Festa de São Pedro e São Paulo[3]
Atribuições um homem segurando uma espada e um livro[3]
Padroeiro: autores, Imprensa, editoras e escritores[3]
Polêmicas Controvérsia da circuncisão
"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a Fé."
2ª Carta de S. Paulo à Timóteo 4,7
Portal dos Santos
Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano[4].
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém[nota b]. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo[nota c].
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo[5]. Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada[6].
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos[4]. Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei"[4]. A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide"[4].
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição[nota d].
A Bíblia não relata a morte de Paulo.
Índice [esconder]
1 Fontes de informação
2 Nomes
3 Antes da conversão
4 Conversão e a sua missão
4.1 Testemunho pós-conversão
4.2 Primeiros anos de ministério
4.3 Primeira viagem missionária
4.4 Segunda viagem missionária
4.4.1 Concílio de Jerusalém
4.4.2 Paulo e Silas
4.5 Terceira viagem missionária
4.6 Viagem a Roma
4.7 O Incidente em Antioquia
4.8 Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas
5 Prisão e morte
5.1 Tradição sobre a morte de Paulo
5.2 Túmulo e relíquias
6 Obras
6.1 Atribuição de suas obras
6.2 Redenção
6.3 Relação com o judaísmo
6.4 Escatologia
6.5 Papel das mulheres
7 Influência no cristianismo
7.1 Tradição oriental
7.2 Tradição ocidental
8 Visões críticas
9 Ver também
10 Notas
11 Referências
12 Bibliografia
13 Ligações externas
[editar]Fontes de informação
Conversão do procônsul Sérgio Paulo, de quem Saulo pode ter tomado emprestado o nome.
Por Rafael, no Victoria and Albert Museum, em Londres.
A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma[4].
Estudiosos como Hans Conzelmann e o teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos[7][8]. O relato do próprio Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com alguns acadêmicos, o relato dos "Atos" sobre a visita de Paulo a Jerusalém, em Atos 11:27-30, contradiz o relato nas epístolas paulinas[4]. Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos"[2]:p. 316-320.
[editar]Nomes
O nome original de Paulo era "Saulo" (em hebraico: שָׁאוּל- Sha'ul; tiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e traduzido em grego antigo: Σαούλ - Saul - ou Σαῦλος - Saulos)[9][10], nome que divide com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo Rei Davi, da tribo de Judá[6][11]. Segundo suas próprias palavras, era um fariseu[nota e].
O uso de "Paulo" (em grego: Παῦλος - Paulos; em latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto"[12]) aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6-13, Paulo aparece, juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome[13]. Outra teoria, apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à família dos Pauli[14]. Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu Davi[15].
[editar]Antes da conversão
Em "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado em Atos 23:16 e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13. É ali também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3)[16] [nota f].
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel"[nota r], que é considerado um dos maiores professores nos anais do Judaísmo" e cujo equilibrado conselho em Atos 5:34-39, para que os judeus se contivessem na fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade de seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu num rompante perseguindo os "santos" [nota g].
[editar]Conversão e a sua missão
Mais informações: Cronologia bíblica do Novo Testamento
Conversão de Saulo.
Em Damasco, na Síria.
A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31 e 36[17][18][19] pela referência que ele fez em uma de suas epístolas[4]. De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego [nota h].
[editar]Testemunho pós-conversão
Nos versículos iniciais da Epístola aos Romanos, Paulo nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas convicções pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma ideia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se mostrava crítico, tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de superioridade moral ou de linhagem dos judeus[nota s], por outro defendia fortemente a noção de um lugar especial reservado aos filhos de Israel[nota t].
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas novas" não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de Jesus Cristo[nota i]. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de Jerusalém[2]:p. 316 - 320 (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho [nota j]. O que é mais impressionante nessa conversão é a mudança na forma de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o Messias era e, particularmente, aceitar a ideia, então absurda, de um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há debates sobre se Paulo já se considerou como o veículo de evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto se deu mais tarde[20].
Batismo de Paulo por Ananias.
Na casa de Ananias, em Damasco, na Síria.
[editar]Primeiros anos de ministério
Após a sua conversão, Paulo foi para Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e batizado por Ananias de Damasco[21]. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para Damasco[nota u][22]. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto[23][24]. Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15 dias[nota v].
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, quatorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém[nota w]. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas nos dão algumas pistas[25]. Ao final deste período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antioquia[nota x]. O autor F. F. Bruce sugeriu que os quatorze anos podem ser contados a partir da conversão de Paulo ao invés de sua primeira visita a Jerusalém[26].
Quando uma grande fome ocorreu na Judeia[27], Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de Antioquia[28]. De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio de Estêvão[2] e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos[nota k].
[editar]Primeira viagem missionária
Primeira viagem.
Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia. Em Chipre, Paulo refuta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus ensinamentos. Deste ponto em diante, Paulo é descrito como sendo o líder do grupo[29].
[editar]Segunda viagem missionária
Segunda viagem.
[editar]Concílio de Jerusalém
Mais informações: Concílio de Jerusalém e Controvérsia da circuncisão
Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 50[4], descrita em Atos 15:2 e geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:1[4]. A principal questão discutida ali foi se os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios[30].
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas e Judas, "chamado Barsabá"[nota y].
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história, enquanto Silas permanece na cidade[nota z].
Paulo e Barnabé em Listra.
Por Nicolaes Berchem, 1650. Atualmente no Musée d'Art et d'Industrie, em Saint-Étienne, na França.
[editar]Paulo e Silas
Em Antioquia, Paulo e Barnabé tiveram uma dura discussão sobre se deveriam levar João Marcos com eles. Nos Atos, é mencionado que o menino já os tinha deixado em uma viagem anterior para retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda não estava pronto para este tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé decidiram se separar. Barnabé acabou levando João Marcos consigo e Silas se juntou a Paulo[31].
Paulo e Silas viajaram para diversas cidades diferentes, como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta última, eles encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e decidiram levá-lo com eles. Em Filipos (na Grécia), uma multidão incitada por homens insatisfeitos com a conversão de uma escrava que dava muitos lucros aos seus patrões com suas adivinhações se insurgiu contra os missionários, açoitando e prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto, os portões da prisão se abriram e os dois puderam escapar, o que levou por sua vez à conversão do carcereiro[nota a1]. Eles seguem então para Bereia, de onde Paulo segue para Atenas, deixando ali Silas e Timóteo[nota b1]. Na capital grega, Paulo prega no areópago contra os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o Areopagita e parte [nota c1].
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18 meses em Corinto[4], onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao procônsul Gálio permite inferir a data (vide Inscrição de Gálio[4]). Lá ele trabalhou com Silas e Timóteo[4] e Paulo conheceu Priscila e Áquila, que se tornaram fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas viagens missionárias. A dupla seguiu Paulo e seus companheiros até Éfeso e o grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e fiel igreja cristã daquele tempo. A cidade foi um importante centro da cristandade a partir do ano 50. Em 52, os missionários viajaram para Cesareia Mazaca para cumprimentar a igreja que se formara ali, viajando em seguida para o sul até Antioquia, descansando ali por um ano antes de iniciarem uma terceira viagem missionária[31].
[editar]Terceira viagem missionária
Terceira viagem.
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando ele chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três anos e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos. O apóstolo seguiu então para a Macedônia[32], passando novamente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a Síria, mudou de ideia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra sua vida, voltando então para a Macedônia e terminando sua viagem em Cesareia[33].
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a Illyricum, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Illyria Graeca[34], parte da província romana da Macedônia, onde hoje está atualmente a Albânia[35].
[editar]Viagem a Roma
Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido depois para Roma, a seu pedido, e solto após o comandante saber que ele era um cidadão romano. Paulo passou então a pregar na capital imperial[36].
[editar]O Incidente em Antioquia
Ver artigos principais: Incidente em Antioquia e Epístola aos Gálatas
Apesar do acordo encontrado no Concílio de Jerusalém, como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois confrontou publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em Antioquia", por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os cristãos gentios em Antioquia[37].
Escrevendo depois sobre o incidente, relata ter dito a Pedro e os demais presentes «Se tu, sendo judeu, vives como gentio, e não como judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus?» (Gálatas 2:11-14)[16]. Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro de viagem até aquele momento, ficou do lado de Pedro[37][nota l].
O resultado final do incidente permanece incerto. A Enciclopédia Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o incidente não deixa dúvidas de que Pedro viu justiça na reprimenda". Em contraste, a obra "From Jesus to Christianity", de L. Michael White, alega que "o confronto com Pedro foi uma falha completa, uma bravata política, e Paulo logo deixou Antioquia como persona non grata para nunca mais voltar"[38].
[editar]Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas
Esta tabela foi adaptada da obra de White, From Jesus to Christianity[30]. Este pareamento entre as viagens de Paulo como narradas nos Atos e nas Epístolas não é consenso entre os acadêmicos.
Atos dos Apóstolos Epístolas
Primeira visita a Jerusalém[nota d1]
"Decorridos muitos dias" da conversão em Damasco
Prega abertamente em Jerusalém com Barnabé
Encontra os apóstolos
Primeira visita a Jerusalém[nota e1]
Três anos após a conversão de Damasco
Vê apenas Pedro (Cefas) e Tiago
Segunda visita a Jerusalém[nota f1]
Levando a ajuda financeira por conta da fome
Há um debate sobre se a viagem de Paulo em Gálatas 2 se refere à visita para ajudar na fome ou sobre o Concílio de Jerusalém. Se for à primeira, então esta é a visita feita «depois de quatorze anos» (Gálatas 2:1)[16].
Terceira visita a Jerusalém[nota g1]
com Barnabé
"Concílio de Jerusalém"
Seguida pelo confronto com Barnabé em Antioquia sobre João Marcos[nota h1]
Outra [nota m] visita a Jerusalém[nota i1]
14 anos depois (após a conversão de Damasco?)
Com Barnabé e Tito
possivelmente o "Concílio de Jerusalém"
Paulo concorda em "se lembrar dos pobres"
Seguida pela confrontação com Pedro e Barnabé em Antioquia[nota j1]
Quarta visita a Jerusalém[nota k1]
Para cumprimentar a igreja
Aparentemente não é mencionada.
Quinta visita a Jerusalém[nota l1]
Após uma ausência de muitos anos[nota m1]
Para "trazer esmolas à minha nação, e fazer oferenda"
Paulo é preso
Outra [nota n] visita a Jerusalém [nota n1]
Para "trazer esmolas"
[editar]Prisão e morte
Tiago, irmão de Jesus[nota q], líder dos cristãos de Jerusalém, que avisou Paulo sobre os riscos de pregar contra a Torá em Jerusalém[4].
Paulo chegou em Jerusalém em 57 com uma coleta de dinheiro que tinha feito para a comunidade local[4] e, segundo Atos, ele foi recebido calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi interrogado por Tiago por ensinar a «...todos os judeus que estão entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos nem andem segundo os nossos ritos» (Atos 21:22)[16]. Paulo então realizou um ritual de purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não seguir os mandamentos da Lei[4].
Paulo porém continuava a pregar contra a circuncisão, contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da Torá e isto provocou o rompimento final com os judeus[4]. Paulo causou um alvoroço ao aparecer no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso[4]. Ele foi então mantido prisioneiro por dois anos em Cesareia até que um novo governador reabrisse seu caso em 59[4]. Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu direito, como cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se defender das acusações[4].
Atos 28:1 relata que no caminho para Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta)[4], onde ele se encontrou com Públio[nota o1] e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade"[nota p1]. Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar[nota q1]. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São Lino como bispo e sucessor:
“ ...Igreja fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos....Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado. ”
— Adversus Haereses 3.2-3, Ireneu de Lyon[39]
Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá[nota r1]. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade[nota o]. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel na formação da Igreja na capital romana.
[editar]Tradição sobre a morte de Paulo
Decapitação de São Paulo.
Por Enrique Simonet, 1887
Ver artigo principal: Santa Tradição
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane)[40]. O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana[41].
Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta escrita pelo bispo de Roma, Clemente, por volta do ano 90 d.C. relata o seguinte sobre Paulo[42]:
“ "Por causa de inveja e brigas, Paulo, pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após ele ter sido preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado no ocidente e no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua fé, tendo ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins do ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes, partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável padrão de resistência paciente. ”
— I Clemente, Clemente de Roma
Basílica de São Paulo Extra-Muros com a estátua de Paulo na frente. Na basílica encontram-se as alegadas relíquias do apóstolo.
Em Roma.
Comentando sobre esta passagem, Raymond Brown escreve que, ainda que ela não afirme categoricamente que Paulo foi martirizado em Roma, "...algo assim é a mais provável interpretação".[43]
Eusébio de Cesareia, que escreveu no século IV d.C., afirma que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romano Nero[44]. Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A festa de São Pedro e São Paulo, da Igreja Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data tradicional para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de que Pedro e Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano)[45].
O apócrifo Atos de Pedro sugere que Paulo sobreviveu a Roma e viajou para o oeste, para a Hispânia[46]. Alguns mantém o ponto de vista que ele poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua viagem à Hispânia e que ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a Roma para ser executado[47](veja-se a discussão acima sobre as epístolas a Timóteo).
[editar]Túmulo e relíquias
A tradição cristã mantém que Paulo foi enterrado com São Pedro ad Catacumbas na Via Ápia e lá permaneceu até seu corpo ser levado para a Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O venerável Beda, em sua Historia ecclesiastica gentis Anglorum, escreveu que o Papa Vitaliano, em 665, deu algumas relíquias de Paulo (incluindo a cruz feita com as correntes que o prenderam) ao rei Oswiu da Nortúmbria, no norte da Inglaterra[48].
Ainda segundo a tradição, o túmulo de Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma[49]. Escavações foram realizadas conforme o relato feito em um comunicado da Agência Católica Internacional de Imprensa (APIC - Agence de Presse Internationale Catholique), de 17 de fevereiro de 2005[50]:
“ Um sarcófago que pode conter as relíquias do apóstolo Paulo foi identificado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, de acordo com Giorgio Filippi, chefe do departamento epigráfico do Museu do Vaticano.
Sob o altar elevado, está uma laje de mármore do século IV, que sempre esteve visível, contém uma inscrição PAULO APOSTOLO MART (Paulo Apóstolo Mártir). A placa tem três furos e provavelmente está relacionada com o culto funerário de São Paulo. De acordo com Giorgio Filippi, esses buracos foram usados para a "criação de relíquias" por meio de simples contato com o túmulo do apóstolo.
Ao longo da Via Ostiense, um santuário foi erguido sobre o túmulo do apóstolo Paulo ainda no século I d.C. Como já fizera com São Pedro, o imperador romano Constantino, o Grande, começou, no início do século IV, a construir uma basílica para abrigar o túmulo. Então, em 386, meio século após a do imperador e por conta do afluxo de peregrinos, uma basílica ainda maior foi construída por ordem dos imperadores Valentiniano II, Teodósio I e Arcádio.
”
— Agência Católica Internacional de Imprensa[50],
Em junho de 2009 o Papa Bento XVI anunciou os resultados das escavações ali realizadas. O sarcófago em si não foi aberto, mas foi examinado por meio de uma sonda e revelou pedaços de incenso e de linho, azul e púrpura, assim como pequenos fragmentos de osso, que foram datados por radiocarbono como sendo do século I ou II d.C. De acordo com o Vaticano, isto é uma evidência a favor da tradição de que ali está efetivamente o túmulo de Paulo.[51].
[editar]Obras
Epístola aos Gálatas.
Novo Testamento de 1524.
Ver artigo principal: Epístolas paulinas
Quatorze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a Paulo, das quais sete têm a autoria quase que universalmente aceita, enquanto que as outras sete são disputadas: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, Tito e Hebreus. Destas, quatro são consideradas como sendo de outro autor que não Paulo por razões textuais e gramaticais, enquanto que as outras três são disputadas por alguns acadêmicos[2]. Paulo aparentemente ditou todas as suas epístolas (exceto Gálatas) através de um secretário (ou amanuense), que geralmente parafraseava o tom de sua mensagem, como era a prática entre os escribas do século I d.C.[2]:316-320[52].
Estas epístolas circularam entre as comunidades cristãs e eram lidas em público por membros da igreja, juntamente com outras obras[53]. Elas foram citadas ainda no século I, por volta de 96 d.C., por Clemente de Roma em sua epístola Clemente aos Coríntios[42].
[editar]Atribuição de suas obras
Paulo escrevendo suas epístolas.
Valentin de Boulogne ou Nicolas Tournier, século XVI, atualmente na Blaffer Foundation Collection, Houston, Texas.
As epístolas paulinas foram na sua maioria escritas para igrejas que Paulo visitou e o apóstolo era um grande viajante. Ele passou por Chipre, por toda a Ásia Menor, pela Grécia, Creta e Roma. Elas estão repletas de exposições sobre o que os cristãos deveriam acreditar e como deveriam viver, ao passo que ele não relata ao destinatário (e aos leitores modernos) muito sobre a vida de Jesus. Suas mais explícitas referências são passagens sobre a Última Ceia[nota s1] e a crucificação e ressurreição[nota t1]. As referências aos ensinamentos de Jesus são também esparsos[nota u1], levantando a questão, ainda em disputa, sobre o quão consistente é seu relato sobre a fé com o que está nos quatro evangelhos canônicos, os Atos e a Epístola de Tiago. O ponto de vista de que o Cristo de Paulo é diferente do Jesus histórico foi proposta pelo teólogo Adolf Harnack[54]. De toda maneira, ele nos dá o primeiro relato escrito do que é ser cristão e da espiritualidade cristã.
Das catorze cartas atribuídas a Paulo e incluídas no cânone do Novo Testamento, há pouca ou nenhuma disputa de que Paulo tenha escrito pelo menos sete[55]:p. 411:
Epístola aos Romanos
Primeira Epístola aos Coríntios
Segunda Epístola aos Coríntios
Epístola aos Gálatas
Epístola aos Filipenses
Primeira Epístola aos Tessalonicenses
Epístola a Filêmon
A Epístola aos Hebreus, que foi atribuída a ele ainda na antiguidade, já era questionada na época, e atualmente não é considerada como tendo sido escrita por ele pela maior parte dos especialistas (veja Antilegomena). A autoria das demais epístolas tem variados graus de disputa a respeito da autoria[56].
A autenticidade da Epístola aos Colossenses tem sido questionada[57] por conter uma descrição de Jesus não encontrada em nenhuma outra de Paulo, descrevendo-o como a "imagem do Deus invisível"[nota v1], uma cristologia que só tem paralelo no Evangelho de João[nota w1]. Evidências internas demonstram uma conexão próxima com a Epístola aos Efésios[58], que é muito similar a Colossenses (dos 155 versículos, 78 são idênticos[58]), mas quase sem referências pessoais. O estilo de Colossenses é único entre as epístolas paulinas, não se encontrando a ênfase na cruz que se vê nas demais e nem referência à Segunda vinda de Cristo, além de uma exaltação do casamento que contrasta com a encontrada em 1 Coríntios 7:8-9. Finalmente, segundo R.E. Brown, ela exalta a Igreja de uma forma que só se tornaria comum numa segunda geração de cristãos, "construída sobre a fundação deixada pelos apóstolos e profetas", já passada[59]. Os defensores da autoria paulina argumentam que ela foi escrita para ser lida uma quantidade grande de igrejas (daí a similaridade com Efésios) e marca um estágio final do desenvolvimento de Paulo de Tarso. Deve ser lembrado também que a porção moral da epístola, que é composta dos dois últimos capítulos, tem uma afinidade muito maior com os trechos equivalentes em outras epístolas enquanto que o restante casa perfeitamente com os detalhes que conhecemos sobre a vida de Paulo, dando-nos ainda mais pistas sobre ela[58]. Ela confirma, por exemplo, que ele estava preso quando a escreveu[nota x1].
Paulo de Tarso.
Estátua na Praça de São Pedro, no Vaticano.
As epístolas pastorais, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Epístola a Tito também já tiveram a autoria questionada. As três principais razões são:
As diferenças em vocabulário, estilo e teologia em relação às demais obras de Paulo. Os defensores da autenticidade afirma que elas foram provavelmente escritas em nome do apóstolo sob sua autoridade por algum de seus discípulos, a quem ele teria explicado claramente o que deveria ser escrito, ou a quem ele havia passado um sumário por escrito dos pontos a serem desenvolvidos, e que, uma vez escritas, Paulo as teria lido, aprovado e assinado[47].
A dificuldade de alinhá-las com a biografia conhecida de Paulo[60]. Estas epístolas, assim como as dirigidas aos Colossenses e aos Efésios, foram escritas no período em que Paulo estava preso, mas ao contrário delas, afirmam que o apóstolo foi solto e viajou depois disso. Os defensores argumentam que Paulo foi preso pela primeira vez não por algum crime contra os romanos, mas para salvá-lo da prisão. Em Filêmom, ele parece ter a esperança de ser libertado logo[nota y1] e haveria bastante tempo para ele ter visitado Creta e escrever as epístolas a Timóteo antes de sua segunda - e final - prisão pelos romanos[47].
Finalmente, foram levantadas diversas objeções sobre o estado avançado da Igreja que a epístola deixa transparecer. Novamente, os defensores alegam que a epístola usa termos como "bispo", "diácono" e "padres" como sinônimos para indicar os que foram legados pelos apóstolos com a missão evangélica e não no sentido organizacional que termo viria a adquirir nos anos seguintes. Alegam também que se estas epístolas fossem mesmo, como alegam os críticos, uma defesa da sucessão apostólica pelos bispos, elas já deveriam ter sido atacadas como fraudes na antiguidade, argumenta que não encontra nenhum suporte evidencial[47].
O principal argumento contra a autoria de Paulo da Segunda Epístola aos Tessalonicenses é que a sua escatologia parece contradizer a da Primeira Epístola aos Tessalonicenses[61]. Enquanto a primeira epístola parece indicar que a parousia é iminente[nota z1], na segunda ele a coloca num futuro desconhecido[nota a2], o que implicaria num "erro" do apóstolo em uma epístola que, segundo os crentes, teve inspiração divina. A defesa principal é que a frase mais polêmica, «Então nós que estivermos vivos, e formos deixados, seremos arrebatados em nuvens...» (1 Tessalonicenses 4:17)[16] teve tradução problemática já na Vulgata (em latim: Nos, qui vivimus, qui residui sumus), mas que o texto original em grego não deixa dúvidas, hemeis oi zontes oi paraleipomenoi, ama syn autois arpagesometha, que seria melhor traduzido como "Nós, se estivermos vivos - se deixados para trás - [na terra], seremos arrebatados..."[61].
[editar]Redenção
Ver artigo principal: Expiação
A teologia da redenção foi um dos principais assuntos abordados por Paulo[62]. Paulo ensinou que os cristãos foram redimidos da Lei (veja supersessionismo) e do pecado pela morte de Jesus e sua ressurreição[62]. Sua morte foi uma expiação e, pelo sangue de Cristo, a paz foi estabelecida entre Deus e o homem[62]. Pelo batismo, um cristão toma sua parte na morte de Jesus e na sua vitória sobre a morte, recebendo, gratuitamente, uma renovada condição de filho de Deus[62].
Paulo pregando em Atenas.
Pintura na parede do auditório Weise-Gymnasium, em Zittau, na Saxônia.
[editar]Relação com o judaísmo
A teologia de Paulo sobre o evangelho acelerou a separação da seita messiânica dos cristãos do judaísmo, algo que Paulo não desejava[4]. Ele escreveu que somente a fé em Cristo (como Messias) era suficiente e decisiva para a salvação, tanto de judeus quanto de gentios, tornando o cisma entre os cristãos e os judeus não só inevitável, mas permanente[4]. Ele argumentou que os gentios convertidos não precisavam se tornar judeus ou ser circuncidados, nem tampouco seguir as leis alimentares[4]. Porém, em Romanos, ele insiste numa visão positiva do valor da Lei Mosaica como um guia moral[nota b2].
[editar]Escatologia
Veja também: Escatologia cristã e Segunda vinda de Cristo
De acordo com Ehrman, Paulo acreditava que Jesus iria retornar ainda durante a sua vida[11]. Ele afirma que Paulo acreditava que os cristãos que tinham morrido nesse meio tempo seriam ressucitados para poder participar do Reino de Deus. Acreditava também, segundo ele, que os salvos seriam transformados e assumiriam formas sobrenaturais[11].
O ensinamento de Paulo sobre o fim do mundo aparece muito claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica. Muito perseguidos, é possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro perguntando sobre os que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no final. Paulo então os assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão seguidos pelos que ainda estão vivos[nota c2]. Veja a discussão mais acima sobre as epístolas aos tessalonicenses), o que pode sugerir uma iminência do fim, mas ele não foi específico sobre a cronologia e encoraja seus ouvintes a terem paciência na epístola seguinte[63]. O final dos tempos será uma batalha entre Jesus e o "Homem da iniquidade" [nota p], cuja conclusão será o triunfo final de Cristo.
Ícone de São Paulo.
No mosteiro de Spaso-Preobrazhensky, em Iaroslavl, na Rússia.
[editar]Papel das mulheres
Para uma discussão sobre uma mulher entre os apóstolos: Júnia
Um verso na 1 Timóteo[nota d2], tradicionalmente atribuída a Paulo (vide acima), é frequentemente utilizada como maior fonte de autoridade na bíblia para que às mulheres seja vedado o sacramento da ordem, além de outras posições de liderança e ministério no cristianismo. A Epístola a Timóteo é também muitas vezes utilizada por muitas igrejas para negar-lhes o voto em assuntos eclesiásticos e posições de ensino para público adulto e também a permissão para o trabalho missionário[64].
“ 11A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição;
12pois não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem; mas que esteja em silêncio.
13Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva.
14Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão;
”
— 1 Timóteo 2:11-14,
Esta passagem parece estar dizendo que as mulheres não devem ter na igreja nenhum papel de liderança frente aos homens[65]. Se ela também proíbe as mulheres de ensinar outras mulheres ou crianças é duvidoso, pois até mesmo nas igrejas católicas que proíbem o sacerdócio feminino, permitem que abadessas ensinem e tenham posições de liderança sobre outras mulheres. Qualquer interpretação desta parte das escrituras tem que se confrontar com as dificuldades teológicas, contextuais, sintáticas e léxicas destas poucas palavras[66].
O teólogo J. R. Daniel Kirk encontrou um importante papel para as mulheres na igreja antiga, como por exemplo quando Paulo elogia Febe por seu trabalho como diaconisa[nota e2] e também Júnia[nota f2], considerada por alguns como sendo a única mulher citada no Novo Testamento entre os apóstolos[67][68]. Kirk aponta para estudos recentes que levaram alguns a concluir que a passagem que obriga as mulheres a "ficarem caladas nas igrejas" em 1 Coríntios 14:34 foi uma adição posterior, aparentemente por um autor diferente e não era parte da carta original de Paulo à igreja de Corinto. Outros, como Giancarlo Biguzzi, alegam que a restrição de Paulo sobre as mulheres em Coríntios é genuína, mas aplica-se ao caso particular de proibi-las de fazerem perguntas ou de conversar, e não uma probição generalizada contra as mulheres falarem, pois em 1 Coríntios 11:5 Paulo afirma o direito das mulheres de profetizar[69].
Conversão no caminho para Damasco.
Por Caravaggio, na Igreja de Santa Maria del Popolo, em Roma.
O terceiro exemplo de Kirk de uma visão mais inclusiva está em «Não pode haver judeu nem grego, não pode haver escravo nem livre, não pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus» (Gálatas 3:28)[16]. Ao anunciar um fim dentro da igreja das divisões que eram tão comuns no mundo todo, ele conclui destacando que "...havia mulheres do Novo Testamento que ensinaram e tinham autoridade na igreja antiga e que estes ensinamentos e esta autoridade eram sancionadas por Paulo e que o apóstolo mesmo oferece um paradigma teológico dentro do qual a superação da subjugação da mulher é um resultado esperado"[70].
[editar]Influência no cristianismo
Ver artigo principal: Paulinismo
A influência de Paulo no pensamento cristão é possivelmente o mais importante dentre todos os outros autores do Novo Testamento[4]. Paulo declarou que sua fé em Cristo tornou a Torá desnecessária para a salvação, exaltou a igreja cristã como sendo o corpo de Cristo e mostrou o mundo fora da igreja como estando sob julgamento[4].
[editar]Tradição oriental
No oriente, os padres da Igreja reduziram a eleição divina presente Romanos 9:11 à onisciência de Deus[4] e o tema da predestinação presente na teologia ocidental não aparece no oriente[4].
[editar]Tradição ocidental
As obras fundamentais de Agostinho sobre a "boa nova" como um presente (graça), sobre a moralidade como a vida no Espírito, sobre a predestinação e sobre o pecado original se baseiam todas em Paulo, especialmente na Epístola aos Romanos[4].
Durante a Reforma protestante, Martinho Lutero expressou a doutrina de Paulo sobre a fé como elemento mais importante como justificação para a sua doutrina da sola fide (apenas a fé)[4].
[editar]Visões críticas
Reconstituição facial de Paulo feita pelos especialistas do LKA Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.
Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton e uma autoridade reconhecida sobre o gnosticismo, argumenta que Paulo era um gnóstico e que as epístolas pastorais, antignósticas, são falsificações "pseudo-paulinas", escritas para refutar esta crença ainda na antiguidade[71].
O acadêmico britânico e judeu Hyam Maccoby argumenta que o Paulo como descrito nos Atos dos Apóstolos e o Paulo que aparece em suas próprias obras são pessoas muito diferentes. Algumas dificuldades foram apontadas no relato de sua vida, por exemplo. O Paulo dos Atos está muito mais interessado na história factual e menos na teologia e ideias como a justificação pela fé não estão ali, assim como não estão as referências ao Espírito, de acordo com Maccoby. Ele também afirma que não existem referências a João Batista nas epístolas paulinas, enquanto Paulo o menciona diversas vezes nos Atos[72]. Maccoby teoriza ainda que Paulo sintetizou o judaísmo, o gnosticismo e o misticismo para um cristianismo como uma religião com um salvador cósmico. De acordo com ele, o farisaísmo de Paulo foi sua própria invenção e que ele, na verdade, teria se associado com os saduceus. Maccoby atribui ainda as origens do antissemitismo cristão a Paulo e alega que a visão das mulheres que o apóstolo defendia, embora inconsistente, refletia seu gnosticismo (em seus aspectos misóginos)[72].
Outros autores lembram que linguagem nos discursos de Paulo é muito parecida com a de Lucas no estilo. Além disso, George Shillington escreve que o autor dos Atos provavelmente criou os discursos de acordo com este estilo e eles contêm sua marca teológica e literária[73]. Contrariamente, o historiador e apologista cristão Christopher Price argumenta que o estilo de Lucas nos Atos representa o estilo dos historiadores da época que reconhecidamente relatavam discursos em suas obras[74].
F. C. Baur (1792–1860), professor de teologia em Tübingen, na Alemanha, o primeiro acadêmico a criticar os Atos e as epístolas paulinas, e fundador da Escola de Tübingen de teologia, argumentou que Paulo, como o "Apóstolo dos gentios", estava em violenta oposição com os doze apóstolos originais. Baur considera os Atos como uma obra tardia e pouco confiável[75]. O debate que ele iniciou continua até hoje, com Adolf Deissmann[76] (1866 - 1937) e Richard Reitzenstein[77] (1861–1931) enfatizando a herança grega de Paulo e Albert Schweitzer destacando a sua dependência do Judaísmo[78].
O professor Robert Eisenman da Universidade da Califórnia em Long Beach, argumenta que Paulo era membro da família de Herodes, o Grande[79]. Eisenman faz uma conexão entre Paulo e um indivíduo identificado por Flávio Josefo como "Saulus", um "parente de Agripa"[80]. Outro elemento bastante citado como suporte a esta tese está em «Saudai a Herodião, meu compatriota.» (Romanos 16:11)[16] (em latim: Salutate Herodionem cognatum meum.).
Entre os críticos do apóstolo Paulo também está Thomas Jefferson, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos, que escreveu que Paulo foi o "primeiro que corrompeu as doutrinas de Jesus"[81].
F.F. Powell argumenta que Paulo, em suas epístolas, fez uso de muitas ideias do filósofo grego Platão, chegando até mesmo a usar as mesmas metáforas e a mesma linguagem[82]. Por exemplo, em Fedro, Platão colocou Sócrates dizendo que os ideais celestes são percebidos como "se através de um vidro, vagamente"[83]. Estas palavras são ecoadas por Paulo em «Pois agora vemos como por um espelho em enigma» (1 Coríntios 13:12)[16].
[editar]Ver também
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Concílio de Jerusalém
Nova Perspectiva sobre Paulo
[editar]Notas
[nota a] ^ Atos 22:3.
[nota b] ^ Atos 8:1; Atos 9:13; Atos 9:21; Atos 26:10.
[nota c] ^ Atos 9:1 e seguintes.
[nota d] ^ «Por isso ele é mediador de uma nova aliança, para que, tendo intervindo a morte para a redenção das transgressões que havia debaixo da primeira aliança, os que têm sido chamados, recebam a promessa da eterna herança.» (Hebreus 9:15)[16].
[nota e] ^ «circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus. Quanto à Lei, fui fariseu;» (Filipenses 3:5)[16].
[nota f] ^ Veja também «quanto ao zelo, persegui a igreja, tendo-me tornado irrepreensível quanto à justiça que há na Lei.» (Filipenses 3:6)[16] e «Ouvistes falar do meu modo de viver no judaísmo em outro tempo, de como perseguia excessivamente a igreja de Deus e a assolava,» (Gálatas 1:13)[16].
[nota g] ^ Principalmente «Tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes, eu não somente encarcerei muitos santos, como também dei o meu voto contra estes quando os matavam;» (Atos 26:10)[16], mas também Atos 9:13.
[nota h] ^ Atos 9:1-31, Atos 22:1-22 e Atos 26:9-24.
[nota i] ^ «pois eu nem o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus Cristo.» (Gálatas 1:12)[16].
[nota j] ^ «Somente ouviram dizer: Aquele que dantes nos perseguia, agora prega a fé que outrora combatia;» (Gálatas 1:23)[16].
[nota k] ^ «...e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos» (Atos 11:26)[16].
[nota l] ^ «Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles vieram, subtraía-se e separava-se temendo os que eram da circuncisão. Os outros judeus também dissimularam juntamente com ele, de modo que até Barnabé foi levado com eles na sua dissimulação.» (Gálatas 2:12-13)[16]
[nota m] ^ Paulo não diz claramente que esta foi a sua segunda visita. Em Gálatas, ele lista três importantes encontros com Pedro e este foi o segundo de sua lista. O terceiro encontro se deu em Antioquia. Por outro lado, ele também não nega claramente ter visitado Jerusalém entre a sua "primeira" e "segunda" visitas.
[nota n] ^ Note que Paulo apenas escreve que ele estava a caminho de Jerusalém, ou apenas planejando a visita. Ele pode ou não ter feito visitas adicionais após esta visita, se é que ele de fato esteve lá desta vez.
[nota o] ^ Principalmente nos versículos «todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados para serem santos» (Romanos 1:7)[16] e «assim, quanto é em mim, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma.» (Romanos 1:7)[16], entre outras citações na Epístola aos Romanos.
[nota p] ^ «Ninguém de modo algum vos engane; porque o dia não chegará sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, ostentando-se como Deus» (2 Tessalonicenses 2:3-4)[16]
[nota q] ^ Como Jesus é chamado por Paulo em «mas dos apóstolos não vi a nenhum, senão a Tiago, irmão do Senhor.» (Gálatas 1:19)[16]. Para uma discussão mais ampla sobre o assunto, veja Tiago, o Justo e Irmãos de Jesus[84].
[nota r] ^ Atos 22:3
[nota s] ^ Como em Romanos 2:16-26
[nota t] ^ Romanos 9-11
[nota u] ^ Gálatas 1:17
[nota v] ^ Gálatas 1:13-24
[nota w] ^ Gálatas 2:1-10
[nota x] ^ Atos 11:26
[nota y] ^ Atos 15:22
[nota z] ^ Atos 15:30-35
[nota a1] ^ Atos 16:16-34
[nota b1] ^ Atos 17:14
[nota c1] ^ Atos 17:34
[nota d1] ^ Atos 9:23-27
[nota e1] ^ Atos 1:18-20
[nota f1] ^ Atos 11:29-30 e Atos 12:25
[nota g1] ^ Atos 15:1-19
[nota h1] ^ Atos 15:36-40
[nota i1] ^ Gálatas 2:1-10
[nota j1] ^ Gálatas 2:11-14
[nota k1] ^ Atos 18:21-22
[nota l1] ^ Atos 21:17 e seguintes
[nota m1] ^ Atos 24:17
[nota n1] ^ Romanos 15:25, 2 Coríntios 8:-9 e 1 Coríntios 16:1-3
[nota o1] ^ Atos 28:7
[nota p1] ^ Atos 28:2
[nota q1] ^ Atos 28:16
[nota r1] ^ Atos 28:14-15
[nota s1] ^ 1 Coríntios 11:17-34
[nota t1] ^ 1 Coríntios 15:1
[nota u1] ^ 1 Coríntios 7:10-11 e 1 Coríntios 9:14
[nota v1] ^ Colossenses 1:15
[nota w1] ^ João 1:1-14
[nota x1] ^ Colossenses 4:3; Colossenses 4:10
[nota y1] ^ Filemon 1:22
[nota z1] ^ 1 Tessalonicenses 4:14 até 1 Tessalonicenses 5:13
[nota a2] ^ 2 Tessalonicenses 2:2-12
[nota b2] ^ Romanos 2:12 e seguintes
[nota c2] ^ 1 Tessalonicenses 4:16 e seguintes
[nota d2] ^ 1 Timóteo 2:11-14
[nota e2] ^ Romanos 16:1
[nota f2] ^ mais adiante, em Romanos 16:7
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[editar]Bibliografia
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[editar]Ligações externas
Peter and Paul. In the Footsteps of Paul . Tarsus . 4 (em inglês). PBS. Página visitada em 17/04/2011.
[Esconder]
v • e
Apóstolos
Doze apóstolos de Jesus Pedro • André • Tiago Maior • João • Filipe • Bartolomeu • Judas Tomé • Tiago Menor • Mateus • Simão • Judas Iscariotes • Judas Tadeu
Outros apóstolos bíblicos Matias • Paulo • Marcos • Barnabé • Lucas • Tiago Adelfo • Estêvão • Silas • Timóteo • Apolo
São Paulo
Paulo ( por Rembrandt)
Apóstolo dos Gentios e Mártir
Nascimento ca. 5[1] em Tarso, na Cilícia[nota a]
Morte 67 (62 anos)[2]:p. 411
Veneração por Toda cristandade
Principal templo Basílica de São Paulo Extra-Muros, na Via Ostiense, Roma
Festa litúrgica 29 de junho (Festa de São Pedro e São Paulo[3]
Atribuições um homem segurando uma espada e um livro[3]
Padroeiro: autores, Imprensa, editoras e escritores[3]
Polêmicas Controvérsia da circuncisão
"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a Fé."
2ª Carta de S. Paulo à Timóteo 4,7
Portal dos Santos
Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano[4].
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém[nota b]. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo[nota c].
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo[5]. Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada[6].
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos[4]. Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei"[4]. A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide"[4].
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição[nota d].
A Bíblia não relata a morte de Paulo.
Índice [esconder]
1 Fontes de informação
2 Nomes
3 Antes da conversão
4 Conversão e a sua missão
4.1 Testemunho pós-conversão
4.2 Primeiros anos de ministério
4.3 Primeira viagem missionária
4.4 Segunda viagem missionária
4.4.1 Concílio de Jerusalém
4.4.2 Paulo e Silas
4.5 Terceira viagem missionária
4.6 Viagem a Roma
4.7 O Incidente em Antioquia
4.8 Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas
5 Prisão e morte
5.1 Tradição sobre a morte de Paulo
5.2 Túmulo e relíquias
6 Obras
6.1 Atribuição de suas obras
6.2 Redenção
6.3 Relação com o judaísmo
6.4 Escatologia
6.5 Papel das mulheres
7 Influência no cristianismo
7.1 Tradição oriental
7.2 Tradição ocidental
8 Visões críticas
9 Ver também
10 Notas
11 Referências
12 Bibliografia
13 Ligações externas
[editar]Fontes de informação
Conversão do procônsul Sérgio Paulo, de quem Saulo pode ter tomado emprestado o nome.
Por Rafael, no Victoria and Albert Museum, em Londres.
A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma[4].
Estudiosos como Hans Conzelmann e o teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos[7][8]. O relato do próprio Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com alguns acadêmicos, o relato dos "Atos" sobre a visita de Paulo a Jerusalém, em Atos 11:27-30, contradiz o relato nas epístolas paulinas[4]. Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos"[2]:p. 316-320.
[editar]Nomes
O nome original de Paulo era "Saulo" (em hebraico: שָׁאוּל- Sha'ul; tiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e traduzido em grego antigo: Σαούλ - Saul - ou Σαῦλος - Saulos)[9][10], nome que divide com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo Rei Davi, da tribo de Judá[6][11]. Segundo suas próprias palavras, era um fariseu[nota e].
O uso de "Paulo" (em grego: Παῦλος - Paulos; em latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto"[12]) aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6-13, Paulo aparece, juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome[13]. Outra teoria, apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à família dos Pauli[14]. Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu Davi[15].
[editar]Antes da conversão
Em "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado em Atos 23:16 e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13. É ali também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3)[16] [nota f].
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel"[nota r], que é considerado um dos maiores professores nos anais do Judaísmo" e cujo equilibrado conselho em Atos 5:34-39, para que os judeus se contivessem na fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade de seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu num rompante perseguindo os "santos" [nota g].
[editar]Conversão e a sua missão
Mais informações: Cronologia bíblica do Novo Testamento
Conversão de Saulo.
Em Damasco, na Síria.
A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31 e 36[17][18][19] pela referência que ele fez em uma de suas epístolas[4]. De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego [nota h].
[editar]Testemunho pós-conversão
Nos versículos iniciais da Epístola aos Romanos, Paulo nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas convicções pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma ideia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se mostrava crítico, tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de superioridade moral ou de linhagem dos judeus[nota s], por outro defendia fortemente a noção de um lugar especial reservado aos filhos de Israel[nota t].
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas novas" não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de Jesus Cristo[nota i]. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de Jerusalém[2]:p. 316 - 320 (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho [nota j]. O que é mais impressionante nessa conversão é a mudança na forma de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o Messias era e, particularmente, aceitar a ideia, então absurda, de um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há debates sobre se Paulo já se considerou como o veículo de evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto se deu mais tarde[20].
Batismo de Paulo por Ananias.
Na casa de Ananias, em Damasco, na Síria.
[editar]Primeiros anos de ministério
Após a sua conversão, Paulo foi para Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e batizado por Ananias de Damasco[21]. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para Damasco[nota u][22]. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto[23][24]. Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15 dias[nota v].
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, quatorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém[nota w]. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas nos dão algumas pistas[25]. Ao final deste período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antioquia[nota x]. O autor F. F. Bruce sugeriu que os quatorze anos podem ser contados a partir da conversão de Paulo ao invés de sua primeira visita a Jerusalém[26].
Quando uma grande fome ocorreu na Judeia[27], Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de Antioquia[28]. De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio de Estêvão[2] e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos[nota k].
[editar]Primeira viagem missionária
Primeira viagem.
Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia. Em Chipre, Paulo refuta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus ensinamentos. Deste ponto em diante, Paulo é descrito como sendo o líder do grupo[29].
[editar]Segunda viagem missionária
Segunda viagem.
[editar]Concílio de Jerusalém
Mais informações: Concílio de Jerusalém e Controvérsia da circuncisão
Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 50[4], descrita em Atos 15:2 e geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:1[4]. A principal questão discutida ali foi se os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios[30].
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas e Judas, "chamado Barsabá"[nota y].
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história, enquanto Silas permanece na cidade[nota z].
Paulo e Barnabé em Listra.
Por Nicolaes Berchem, 1650. Atualmente no Musée d'Art et d'Industrie, em Saint-Étienne, na França.
[editar]Paulo e Silas
Em Antioquia, Paulo e Barnabé tiveram uma dura discussão sobre se deveriam levar João Marcos com eles. Nos Atos, é mencionado que o menino já os tinha deixado em uma viagem anterior para retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda não estava pronto para este tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé decidiram se separar. Barnabé acabou levando João Marcos consigo e Silas se juntou a Paulo[31].
Paulo e Silas viajaram para diversas cidades diferentes, como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta última, eles encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e decidiram levá-lo com eles. Em Filipos (na Grécia), uma multidão incitada por homens insatisfeitos com a conversão de uma escrava que dava muitos lucros aos seus patrões com suas adivinhações se insurgiu contra os missionários, açoitando e prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto, os portões da prisão se abriram e os dois puderam escapar, o que levou por sua vez à conversão do carcereiro[nota a1]. Eles seguem então para Bereia, de onde Paulo segue para Atenas, deixando ali Silas e Timóteo[nota b1]. Na capital grega, Paulo prega no areópago contra os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o Areopagita e parte [nota c1].
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18 meses em Corinto[4], onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao procônsul Gálio permite inferir a data (vide Inscrição de Gálio[4]). Lá ele trabalhou com Silas e Timóteo[4] e Paulo conheceu Priscila e Áquila, que se tornaram fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas viagens missionárias. A dupla seguiu Paulo e seus companheiros até Éfeso e o grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e fiel igreja cristã daquele tempo. A cidade foi um importante centro da cristandade a partir do ano 50. Em 52, os missionários viajaram para Cesareia Mazaca para cumprimentar a igreja que se formara ali, viajando em seguida para o sul até Antioquia, descansando ali por um ano antes de iniciarem uma terceira viagem missionária[31].
[editar]Terceira viagem missionária
Terceira viagem.
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando ele chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três anos e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos. O apóstolo seguiu então para a Macedônia[32], passando novamente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a Síria, mudou de ideia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra sua vida, voltando então para a Macedônia e terminando sua viagem em Cesareia[33].
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a Illyricum, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Illyria Graeca[34], parte da província romana da Macedônia, onde hoje está atualmente a Albânia[35].
[editar]Viagem a Roma
Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido depois para Roma, a seu pedido, e solto após o comandante saber que ele era um cidadão romano. Paulo passou então a pregar na capital imperial[36].
[editar]O Incidente em Antioquia
Ver artigos principais: Incidente em Antioquia e Epístola aos Gálatas
Apesar do acordo encontrado no Concílio de Jerusalém, como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois confrontou publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em Antioquia", por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os cristãos gentios em Antioquia[37].
Escrevendo depois sobre o incidente, relata ter dito a Pedro e os demais presentes «Se tu, sendo judeu, vives como gentio, e não como judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus?» (Gálatas 2:11-14)[16]. Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro de viagem até aquele momento, ficou do lado de Pedro[37][nota l].
O resultado final do incidente permanece incerto. A Enciclopédia Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o incidente não deixa dúvidas de que Pedro viu justiça na reprimenda". Em contraste, a obra "From Jesus to Christianity", de L. Michael White, alega que "o confronto com Pedro foi uma falha completa, uma bravata política, e Paulo logo deixou Antioquia como persona non grata para nunca mais voltar"[38].
[editar]Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas
Esta tabela foi adaptada da obra de White, From Jesus to Christianity[30]. Este pareamento entre as viagens de Paulo como narradas nos Atos e nas Epístolas não é consenso entre os acadêmicos.
Atos dos Apóstolos Epístolas
Primeira visita a Jerusalém[nota d1]
"Decorridos muitos dias" da conversão em Damasco
Prega abertamente em Jerusalém com Barnabé
Encontra os apóstolos
Primeira visita a Jerusalém[nota e1]
Três anos após a conversão de Damasco
Vê apenas Pedro (Cefas) e Tiago
Segunda visita a Jerusalém[nota f1]
Levando a ajuda financeira por conta da fome
Há um debate sobre se a viagem de Paulo em Gálatas 2 se refere à visita para ajudar na fome ou sobre o Concílio de Jerusalém. Se for à primeira, então esta é a visita feita «depois de quatorze anos» (Gálatas 2:1)[16].
Terceira visita a Jerusalém[nota g1]
com Barnabé
"Concílio de Jerusalém"
Seguida pelo confronto com Barnabé em Antioquia sobre João Marcos[nota h1]
Outra [nota m] visita a Jerusalém[nota i1]
14 anos depois (após a conversão de Damasco?)
Com Barnabé e Tito
possivelmente o "Concílio de Jerusalém"
Paulo concorda em "se lembrar dos pobres"
Seguida pela confrontação com Pedro e Barnabé em Antioquia[nota j1]
Quarta visita a Jerusalém[nota k1]
Para cumprimentar a igreja
Aparentemente não é mencionada.
Quinta visita a Jerusalém[nota l1]
Após uma ausência de muitos anos[nota m1]
Para "trazer esmolas à minha nação, e fazer oferenda"
Paulo é preso
Outra [nota n] visita a Jerusalém [nota n1]
Para "trazer esmolas"
[editar]Prisão e morte
Tiago, irmão de Jesus[nota q], líder dos cristãos de Jerusalém, que avisou Paulo sobre os riscos de pregar contra a Torá em Jerusalém[4].
Paulo chegou em Jerusalém em 57 com uma coleta de dinheiro que tinha feito para a comunidade local[4] e, segundo Atos, ele foi recebido calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi interrogado por Tiago por ensinar a «...todos os judeus que estão entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos nem andem segundo os nossos ritos» (Atos 21:22)[16]. Paulo então realizou um ritual de purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não seguir os mandamentos da Lei[4].
Paulo porém continuava a pregar contra a circuncisão, contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da Torá e isto provocou o rompimento final com os judeus[4]. Paulo causou um alvoroço ao aparecer no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso[4]. Ele foi então mantido prisioneiro por dois anos em Cesareia até que um novo governador reabrisse seu caso em 59[4]. Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu direito, como cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se defender das acusações[4].
Atos 28:1 relata que no caminho para Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta)[4], onde ele se encontrou com Públio[nota o1] e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade"[nota p1]. Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar[nota q1]. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São Lino como bispo e sucessor:
“ ...Igreja fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos....Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado. ”
— Adversus Haereses 3.2-3, Ireneu de Lyon[39]
Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá[nota r1]. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade[nota o]. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel na formação da Igreja na capital romana.
[editar]Tradição sobre a morte de Paulo
Decapitação de São Paulo.
Por Enrique Simonet, 1887
Ver artigo principal: Santa Tradição
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane)[40]. O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana[41].
Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta escrita pelo bispo de Roma, Clemente, por volta do ano 90 d.C. relata o seguinte sobre Paulo[42]:
“ "Por causa de inveja e brigas, Paulo, pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após ele ter sido preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado no ocidente e no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua fé, tendo ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins do ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes, partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável padrão de resistência paciente. ”
— I Clemente, Clemente de Roma
Basílica de São Paulo Extra-Muros com a estátua de Paulo na frente. Na basílica encontram-se as alegadas relíquias do apóstolo.
Em Roma.
Comentando sobre esta passagem, Raymond Brown escreve que, ainda que ela não afirme categoricamente que Paulo foi martirizado em Roma, "...algo assim é a mais provável interpretação".[43]
Eusébio de Cesareia, que escreveu no século IV d.C., afirma que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romano Nero[44]. Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A festa de São Pedro e São Paulo, da Igreja Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data tradicional para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de que Pedro e Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano)[45].
O apócrifo Atos de Pedro sugere que Paulo sobreviveu a Roma e viajou para o oeste, para a Hispânia[46]. Alguns mantém o ponto de vista que ele poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua viagem à Hispânia e que ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a Roma para ser executado[47](veja-se a discussão acima sobre as epístolas a Timóteo).
[editar]Túmulo e relíquias
A tradição cristã mantém que Paulo foi enterrado com São Pedro ad Catacumbas na Via Ápia e lá permaneceu até seu corpo ser levado para a Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O venerável Beda, em sua Historia ecclesiastica gentis Anglorum, escreveu que o Papa Vitaliano, em 665, deu algumas relíquias de Paulo (incluindo a cruz feita com as correntes que o prenderam) ao rei Oswiu da Nortúmbria, no norte da Inglaterra[48].
Ainda segundo a tradição, o túmulo de Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma[49]. Escavações foram realizadas conforme o relato feito em um comunicado da Agência Católica Internacional de Imprensa (APIC - Agence de Presse Internationale Catholique), de 17 de fevereiro de 2005[50]:
“ Um sarcófago que pode conter as relíquias do apóstolo Paulo foi identificado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, de acordo com Giorgio Filippi, chefe do departamento epigráfico do Museu do Vaticano.
Sob o altar elevado, está uma laje de mármore do século IV, que sempre esteve visível, contém uma inscrição PAULO APOSTOLO MART (Paulo Apóstolo Mártir). A placa tem três furos e provavelmente está relacionada com o culto funerário de São Paulo. De acordo com Giorgio Filippi, esses buracos foram usados para a "criação de relíquias" por meio de simples contato com o túmulo do apóstolo.
Ao longo da Via Ostiense, um santuário foi erguido sobre o túmulo do apóstolo Paulo ainda no século I d.C. Como já fizera com São Pedro, o imperador romano Constantino, o Grande, começou, no início do século IV, a construir uma basílica para abrigar o túmulo. Então, em 386, meio século após a do imperador e por conta do afluxo de peregrinos, uma basílica ainda maior foi construída por ordem dos imperadores Valentiniano II, Teodósio I e Arcádio.
”
— Agência Católica Internacional de Imprensa[50],
Em junho de 2009 o Papa Bento XVI anunciou os resultados das escavações ali realizadas. O sarcófago em si não foi aberto, mas foi examinado por meio de uma sonda e revelou pedaços de incenso e de linho, azul e púrpura, assim como pequenos fragmentos de osso, que foram datados por radiocarbono como sendo do século I ou II d.C. De acordo com o Vaticano, isto é uma evidência a favor da tradição de que ali está efetivamente o túmulo de Paulo.[51].
[editar]Obras
Epístola aos Gálatas.
Novo Testamento de 1524.
Ver artigo principal: Epístolas paulinas
Quatorze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a Paulo, das quais sete têm a autoria quase que universalmente aceita, enquanto que as outras sete são disputadas: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, Tito e Hebreus. Destas, quatro são consideradas como sendo de outro autor que não Paulo por razões textuais e gramaticais, enquanto que as outras três são disputadas por alguns acadêmicos[2]. Paulo aparentemente ditou todas as suas epístolas (exceto Gálatas) através de um secretário (ou amanuense), que geralmente parafraseava o tom de sua mensagem, como era a prática entre os escribas do século I d.C.[2]:316-320[52].
Estas epístolas circularam entre as comunidades cristãs e eram lidas em público por membros da igreja, juntamente com outras obras[53]. Elas foram citadas ainda no século I, por volta de 96 d.C., por Clemente de Roma em sua epístola Clemente aos Coríntios[42].
[editar]Atribuição de suas obras
Paulo escrevendo suas epístolas.
Valentin de Boulogne ou Nicolas Tournier, século XVI, atualmente na Blaffer Foundation Collection, Houston, Texas.
As epístolas paulinas foram na sua maioria escritas para igrejas que Paulo visitou e o apóstolo era um grande viajante. Ele passou por Chipre, por toda a Ásia Menor, pela Grécia, Creta e Roma. Elas estão repletas de exposições sobre o que os cristãos deveriam acreditar e como deveriam viver, ao passo que ele não relata ao destinatário (e aos leitores modernos) muito sobre a vida de Jesus. Suas mais explícitas referências são passagens sobre a Última Ceia[nota s1] e a crucificação e ressurreição[nota t1]. As referências aos ensinamentos de Jesus são também esparsos[nota u1], levantando a questão, ainda em disputa, sobre o quão consistente é seu relato sobre a fé com o que está nos quatro evangelhos canônicos, os Atos e a Epístola de Tiago. O ponto de vista de que o Cristo de Paulo é diferente do Jesus histórico foi proposta pelo teólogo Adolf Harnack[54]. De toda maneira, ele nos dá o primeiro relato escrito do que é ser cristão e da espiritualidade cristã.
Das catorze cartas atribuídas a Paulo e incluídas no cânone do Novo Testamento, há pouca ou nenhuma disputa de que Paulo tenha escrito pelo menos sete[55]:p. 411:
Epístola aos Romanos
Primeira Epístola aos Coríntios
Segunda Epístola aos Coríntios
Epístola aos Gálatas
Epístola aos Filipenses
Primeira Epístola aos Tessalonicenses
Epístola a Filêmon
A Epístola aos Hebreus, que foi atribuída a ele ainda na antiguidade, já era questionada na época, e atualmente não é considerada como tendo sido escrita por ele pela maior parte dos especialistas (veja Antilegomena). A autoria das demais epístolas tem variados graus de disputa a respeito da autoria[56].
A autenticidade da Epístola aos Colossenses tem sido questionada[57] por conter uma descrição de Jesus não encontrada em nenhuma outra de Paulo, descrevendo-o como a "imagem do Deus invisível"[nota v1], uma cristologia que só tem paralelo no Evangelho de João[nota w1]. Evidências internas demonstram uma conexão próxima com a Epístola aos Efésios[58], que é muito similar a Colossenses (dos 155 versículos, 78 são idênticos[58]), mas quase sem referências pessoais. O estilo de Colossenses é único entre as epístolas paulinas, não se encontrando a ênfase na cruz que se vê nas demais e nem referência à Segunda vinda de Cristo, além de uma exaltação do casamento que contrasta com a encontrada em 1 Coríntios 7:8-9. Finalmente, segundo R.E. Brown, ela exalta a Igreja de uma forma que só se tornaria comum numa segunda geração de cristãos, "construída sobre a fundação deixada pelos apóstolos e profetas", já passada[59]. Os defensores da autoria paulina argumentam que ela foi escrita para ser lida uma quantidade grande de igrejas (daí a similaridade com Efésios) e marca um estágio final do desenvolvimento de Paulo de Tarso. Deve ser lembrado também que a porção moral da epístola, que é composta dos dois últimos capítulos, tem uma afinidade muito maior com os trechos equivalentes em outras epístolas enquanto que o restante casa perfeitamente com os detalhes que conhecemos sobre a vida de Paulo, dando-nos ainda mais pistas sobre ela[58]. Ela confirma, por exemplo, que ele estava preso quando a escreveu[nota x1].
Paulo de Tarso.
Estátua na Praça de São Pedro, no Vaticano.
As epístolas pastorais, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Epístola a Tito também já tiveram a autoria questionada. As três principais razões são:
As diferenças em vocabulário, estilo e teologia em relação às demais obras de Paulo. Os defensores da autenticidade afirma que elas foram provavelmente escritas em nome do apóstolo sob sua autoridade por algum de seus discípulos, a quem ele teria explicado claramente o que deveria ser escrito, ou a quem ele havia passado um sumário por escrito dos pontos a serem desenvolvidos, e que, uma vez escritas, Paulo as teria lido, aprovado e assinado[47].
A dificuldade de alinhá-las com a biografia conhecida de Paulo[60]. Estas epístolas, assim como as dirigidas aos Colossenses e aos Efésios, foram escritas no período em que Paulo estava preso, mas ao contrário delas, afirmam que o apóstolo foi solto e viajou depois disso. Os defensores argumentam que Paulo foi preso pela primeira vez não por algum crime contra os romanos, mas para salvá-lo da prisão. Em Filêmom, ele parece ter a esperança de ser libertado logo[nota y1] e haveria bastante tempo para ele ter visitado Creta e escrever as epístolas a Timóteo antes de sua segunda - e final - prisão pelos romanos[47].
Finalmente, foram levantadas diversas objeções sobre o estado avançado da Igreja que a epístola deixa transparecer. Novamente, os defensores alegam que a epístola usa termos como "bispo", "diácono" e "padres" como sinônimos para indicar os que foram legados pelos apóstolos com a missão evangélica e não no sentido organizacional que termo viria a adquirir nos anos seguintes. Alegam também que se estas epístolas fossem mesmo, como alegam os críticos, uma defesa da sucessão apostólica pelos bispos, elas já deveriam ter sido atacadas como fraudes na antiguidade, argumenta que não encontra nenhum suporte evidencial[47].
O principal argumento contra a autoria de Paulo da Segunda Epístola aos Tessalonicenses é que a sua escatologia parece contradizer a da Primeira Epístola aos Tessalonicenses[61]. Enquanto a primeira epístola parece indicar que a parousia é iminente[nota z1], na segunda ele a coloca num futuro desconhecido[nota a2], o que implicaria num "erro" do apóstolo em uma epístola que, segundo os crentes, teve inspiração divina. A defesa principal é que a frase mais polêmica, «Então nós que estivermos vivos, e formos deixados, seremos arrebatados em nuvens...» (1 Tessalonicenses 4:17)[16] teve tradução problemática já na Vulgata (em latim: Nos, qui vivimus, qui residui sumus), mas que o texto original em grego não deixa dúvidas, hemeis oi zontes oi paraleipomenoi, ama syn autois arpagesometha, que seria melhor traduzido como "Nós, se estivermos vivos - se deixados para trás - [na terra], seremos arrebatados..."[61].
[editar]Redenção
Ver artigo principal: Expiação
A teologia da redenção foi um dos principais assuntos abordados por Paulo[62]. Paulo ensinou que os cristãos foram redimidos da Lei (veja supersessionismo) e do pecado pela morte de Jesus e sua ressurreição[62]. Sua morte foi uma expiação e, pelo sangue de Cristo, a paz foi estabelecida entre Deus e o homem[62]. Pelo batismo, um cristão toma sua parte na morte de Jesus e na sua vitória sobre a morte, recebendo, gratuitamente, uma renovada condição de filho de Deus[62].
Paulo pregando em Atenas.
Pintura na parede do auditório Weise-Gymnasium, em Zittau, na Saxônia.
[editar]Relação com o judaísmo
A teologia de Paulo sobre o evangelho acelerou a separação da seita messiânica dos cristãos do judaísmo, algo que Paulo não desejava[4]. Ele escreveu que somente a fé em Cristo (como Messias) era suficiente e decisiva para a salvação, tanto de judeus quanto de gentios, tornando o cisma entre os cristãos e os judeus não só inevitável, mas permanente[4]. Ele argumentou que os gentios convertidos não precisavam se tornar judeus ou ser circuncidados, nem tampouco seguir as leis alimentares[4]. Porém, em Romanos, ele insiste numa visão positiva do valor da Lei Mosaica como um guia moral[nota b2].
[editar]Escatologia
Veja também: Escatologia cristã e Segunda vinda de Cristo
De acordo com Ehrman, Paulo acreditava que Jesus iria retornar ainda durante a sua vida[11]. Ele afirma que Paulo acreditava que os cristãos que tinham morrido nesse meio tempo seriam ressucitados para poder participar do Reino de Deus. Acreditava também, segundo ele, que os salvos seriam transformados e assumiriam formas sobrenaturais[11].
O ensinamento de Paulo sobre o fim do mundo aparece muito claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica. Muito perseguidos, é possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro perguntando sobre os que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no final. Paulo então os assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão seguidos pelos que ainda estão vivos[nota c2]. Veja a discussão mais acima sobre as epístolas aos tessalonicenses), o que pode sugerir uma iminência do fim, mas ele não foi específico sobre a cronologia e encoraja seus ouvintes a terem paciência na epístola seguinte[63]. O final dos tempos será uma batalha entre Jesus e o "Homem da iniquidade" [nota p], cuja conclusão será o triunfo final de Cristo.
Ícone de São Paulo.
No mosteiro de Spaso-Preobrazhensky, em Iaroslavl, na Rússia.
[editar]Papel das mulheres
Para uma discussão sobre uma mulher entre os apóstolos: Júnia
Um verso na 1 Timóteo[nota d2], tradicionalmente atribuída a Paulo (vide acima), é frequentemente utilizada como maior fonte de autoridade na bíblia para que às mulheres seja vedado o sacramento da ordem, além de outras posições de liderança e ministério no cristianismo. A Epístola a Timóteo é também muitas vezes utilizada por muitas igrejas para negar-lhes o voto em assuntos eclesiásticos e posições de ensino para público adulto e também a permissão para o trabalho missionário[64].
“ 11A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição;
12pois não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem; mas que esteja em silêncio.
13Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva.
14Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão;
”
— 1 Timóteo 2:11-14,
Esta passagem parece estar dizendo que as mulheres não devem ter na igreja nenhum papel de liderança frente aos homens[65]. Se ela também proíbe as mulheres de ensinar outras mulheres ou crianças é duvidoso, pois até mesmo nas igrejas católicas que proíbem o sacerdócio feminino, permitem que abadessas ensinem e tenham posições de liderança sobre outras mulheres. Qualquer interpretação desta parte das escrituras tem que se confrontar com as dificuldades teológicas, contextuais, sintáticas e léxicas destas poucas palavras[66].
O teólogo J. R. Daniel Kirk encontrou um importante papel para as mulheres na igreja antiga, como por exemplo quando Paulo elogia Febe por seu trabalho como diaconisa[nota e2] e também Júnia[nota f2], considerada por alguns como sendo a única mulher citada no Novo Testamento entre os apóstolos[67][68]. Kirk aponta para estudos recentes que levaram alguns a concluir que a passagem que obriga as mulheres a "ficarem caladas nas igrejas" em 1 Coríntios 14:34 foi uma adição posterior, aparentemente por um autor diferente e não era parte da carta original de Paulo à igreja de Corinto. Outros, como Giancarlo Biguzzi, alegam que a restrição de Paulo sobre as mulheres em Coríntios é genuína, mas aplica-se ao caso particular de proibi-las de fazerem perguntas ou de conversar, e não uma probição generalizada contra as mulheres falarem, pois em 1 Coríntios 11:5 Paulo afirma o direito das mulheres de profetizar[69].
Conversão no caminho para Damasco.
Por Caravaggio, na Igreja de Santa Maria del Popolo, em Roma.
O terceiro exemplo de Kirk de uma visão mais inclusiva está em «Não pode haver judeu nem grego, não pode haver escravo nem livre, não pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus» (Gálatas 3:28)[16]. Ao anunciar um fim dentro da igreja das divisões que eram tão comuns no mundo todo, ele conclui destacando que "...havia mulheres do Novo Testamento que ensinaram e tinham autoridade na igreja antiga e que estes ensinamentos e esta autoridade eram sancionadas por Paulo e que o apóstolo mesmo oferece um paradigma teológico dentro do qual a superação da subjugação da mulher é um resultado esperado"[70].
[editar]Influência no cristianismo
Ver artigo principal: Paulinismo
A influência de Paulo no pensamento cristão é possivelmente o mais importante dentre todos os outros autores do Novo Testamento[4]. Paulo declarou que sua fé em Cristo tornou a Torá desnecessária para a salvação, exaltou a igreja cristã como sendo o corpo de Cristo e mostrou o mundo fora da igreja como estando sob julgamento[4].
[editar]Tradição oriental
No oriente, os padres da Igreja reduziram a eleição divina presente Romanos 9:11 à onisciência de Deus[4] e o tema da predestinação presente na teologia ocidental não aparece no oriente[4].
[editar]Tradição ocidental
As obras fundamentais de Agostinho sobre a "boa nova" como um presente (graça), sobre a moralidade como a vida no Espírito, sobre a predestinação e sobre o pecado original se baseiam todas em Paulo, especialmente na Epístola aos Romanos[4].
Durante a Reforma protestante, Martinho Lutero expressou a doutrina de Paulo sobre a fé como elemento mais importante como justificação para a sua doutrina da sola fide (apenas a fé)[4].
[editar]Visões críticas
Reconstituição facial de Paulo feita pelos especialistas do LKA Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.
Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton e uma autoridade reconhecida sobre o gnosticismo, argumenta que Paulo era um gnóstico e que as epístolas pastorais, antignósticas, são falsificações "pseudo-paulinas", escritas para refutar esta crença ainda na antiguidade[71].
O acadêmico britânico e judeu Hyam Maccoby argumenta que o Paulo como descrito nos Atos dos Apóstolos e o Paulo que aparece em suas próprias obras são pessoas muito diferentes. Algumas dificuldades foram apontadas no relato de sua vida, por exemplo. O Paulo dos Atos está muito mais interessado na história factual e menos na teologia e ideias como a justificação pela fé não estão ali, assim como não estão as referências ao Espírito, de acordo com Maccoby. Ele também afirma que não existem referências a João Batista nas epístolas paulinas, enquanto Paulo o menciona diversas vezes nos Atos[72]. Maccoby teoriza ainda que Paulo sintetizou o judaísmo, o gnosticismo e o misticismo para um cristianismo como uma religião com um salvador cósmico. De acordo com ele, o farisaísmo de Paulo foi sua própria invenção e que ele, na verdade, teria se associado com os saduceus. Maccoby atribui ainda as origens do antissemitismo cristão a Paulo e alega que a visão das mulheres que o apóstolo defendia, embora inconsistente, refletia seu gnosticismo (em seus aspectos misóginos)[72].
Outros autores lembram que linguagem nos discursos de Paulo é muito parecida com a de Lucas no estilo. Além disso, George Shillington escreve que o autor dos Atos provavelmente criou os discursos de acordo com este estilo e eles contêm sua marca teológica e literária[73]. Contrariamente, o historiador e apologista cristão Christopher Price argumenta que o estilo de Lucas nos Atos representa o estilo dos historiadores da época que reconhecidamente relatavam discursos em suas obras[74].
F. C. Baur (1792–1860), professor de teologia em Tübingen, na Alemanha, o primeiro acadêmico a criticar os Atos e as epístolas paulinas, e fundador da Escola de Tübingen de teologia, argumentou que Paulo, como o "Apóstolo dos gentios", estava em violenta oposição com os doze apóstolos originais. Baur considera os Atos como uma obra tardia e pouco confiável[75]. O debate que ele iniciou continua até hoje, com Adolf Deissmann[76] (1866 - 1937) e Richard Reitzenstein[77] (1861–1931) enfatizando a herança grega de Paulo e Albert Schweitzer destacando a sua dependência do Judaísmo[78].
O professor Robert Eisenman da Universidade da Califórnia em Long Beach, argumenta que Paulo era membro da família de Herodes, o Grande[79]. Eisenman faz uma conexão entre Paulo e um indivíduo identificado por Flávio Josefo como "Saulus", um "parente de Agripa"[80]. Outro elemento bastante citado como suporte a esta tese está em «Saudai a Herodião, meu compatriota.» (Romanos 16:11)[16] (em latim: Salutate Herodionem cognatum meum.).
Entre os críticos do apóstolo Paulo também está Thomas Jefferson, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos, que escreveu que Paulo foi o "primeiro que corrompeu as doutrinas de Jesus"[81].
F.F. Powell argumenta que Paulo, em suas epístolas, fez uso de muitas ideias do filósofo grego Platão, chegando até mesmo a usar as mesmas metáforas e a mesma linguagem[82]. Por exemplo, em Fedro, Platão colocou Sócrates dizendo que os ideais celestes são percebidos como "se através de um vidro, vagamente"[83]. Estas palavras são ecoadas por Paulo em «Pois agora vemos como por um espelho em enigma» (1 Coríntios 13:12)[16].
[editar]Ver também
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Textos originais no Wikisource
Categoria no Commons
Concílio de Jerusalém
Nova Perspectiva sobre Paulo
[editar]Notas
[nota a] ^ Atos 22:3.
[nota b] ^ Atos 8:1; Atos 9:13; Atos 9:21; Atos 26:10.
[nota c] ^ Atos 9:1 e seguintes.
[nota d] ^ «Por isso ele é mediador de uma nova aliança, para que, tendo intervindo a morte para a redenção das transgressões que havia debaixo da primeira aliança, os que têm sido chamados, recebam a promessa da eterna herança.» (Hebreus 9:15)[16].
[nota e] ^ «circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus. Quanto à Lei, fui fariseu;» (Filipenses 3:5)[16].
[nota f] ^ Veja também «quanto ao zelo, persegui a igreja, tendo-me tornado irrepreensível quanto à justiça que há na Lei.» (Filipenses 3:6)[16] e «Ouvistes falar do meu modo de viver no judaísmo em outro tempo, de como perseguia excessivamente a igreja de Deus e a assolava,» (Gálatas 1:13)[16].
[nota g] ^ Principalmente «Tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes, eu não somente encarcerei muitos santos, como também dei o meu voto contra estes quando os matavam;» (Atos 26:10)[16], mas também Atos 9:13.
[nota h] ^ Atos 9:1-31, Atos 22:1-22 e Atos 26:9-24.
[nota i] ^ «pois eu nem o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus Cristo.» (Gálatas 1:12)[16].
[nota j] ^ «Somente ouviram dizer: Aquele que dantes nos perseguia, agora prega a fé que outrora combatia;» (Gálatas 1:23)[16].
[nota k] ^ «...e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos» (Atos 11:26)[16].
[nota l] ^ «Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles vieram, subtraía-se e separava-se temendo os que eram da circuncisão. Os outros judeus também dissimularam juntamente com ele, de modo que até Barnabé foi levado com eles na sua dissimulação.» (Gálatas 2:12-13)[16]
[nota m] ^ Paulo não diz claramente que esta foi a sua segunda visita. Em Gálatas, ele lista três importantes encontros com Pedro e este foi o segundo de sua lista. O terceiro encontro se deu em Antioquia. Por outro lado, ele também não nega claramente ter visitado Jerusalém entre a sua "primeira" e "segunda" visitas.
[nota n] ^ Note que Paulo apenas escreve que ele estava a caminho de Jerusalém, ou apenas planejando a visita. Ele pode ou não ter feito visitas adicionais após esta visita, se é que ele de fato esteve lá desta vez.
[nota o] ^ Principalmente nos versículos «todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados para serem santos» (Romanos 1:7)[16] e «assim, quanto é em mim, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma.» (Romanos 1:7)[16], entre outras citações na Epístola aos Romanos.
[nota p] ^ «Ninguém de modo algum vos engane; porque o dia não chegará sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, ostentando-se como Deus» (2 Tessalonicenses 2:3-4)[16]
[nota q] ^ Como Jesus é chamado por Paulo em «mas dos apóstolos não vi a nenhum, senão a Tiago, irmão do Senhor.» (Gálatas 1:19)[16]. Para uma discussão mais ampla sobre o assunto, veja Tiago, o Justo e Irmãos de Jesus[84].
[nota r] ^ Atos 22:3
[nota s] ^ Como em Romanos 2:16-26
[nota t] ^ Romanos 9-11
[nota u] ^ Gálatas 1:17
[nota v] ^ Gálatas 1:13-24
[nota w] ^ Gálatas 2:1-10
[nota x] ^ Atos 11:26
[nota y] ^ Atos 15:22
[nota z] ^ Atos 15:30-35
[nota a1] ^ Atos 16:16-34
[nota b1] ^ Atos 17:14
[nota c1] ^ Atos 17:34
[nota d1] ^ Atos 9:23-27
[nota e1] ^ Atos 1:18-20
[nota f1] ^ Atos 11:29-30 e Atos 12:25
[nota g1] ^ Atos 15:1-19
[nota h1] ^ Atos 15:36-40
[nota i1] ^ Gálatas 2:1-10
[nota j1] ^ Gálatas 2:11-14
[nota k1] ^ Atos 18:21-22
[nota l1] ^ Atos 21:17 e seguintes
[nota m1] ^ Atos 24:17
[nota n1] ^ Romanos 15:25, 2 Coríntios 8:-9 e 1 Coríntios 16:1-3
[nota o1] ^ Atos 28:7
[nota p1] ^ Atos 28:2
[nota q1] ^ Atos 28:16
[nota r1] ^ Atos 28:14-15
[nota s1] ^ 1 Coríntios 11:17-34
[nota t1] ^ 1 Coríntios 15:1
[nota u1] ^ 1 Coríntios 7:10-11 e 1 Coríntios 9:14
[nota v1] ^ Colossenses 1:15
[nota w1] ^ João 1:1-14
[nota x1] ^ Colossenses 4:3; Colossenses 4:10
[nota y1] ^ Filemon 1:22
[nota z1] ^ 1 Tessalonicenses 4:14 até 1 Tessalonicenses 5:13
[nota a2] ^ 2 Tessalonicenses 2:2-12
[nota b2] ^ Romanos 2:12 e seguintes
[nota c2] ^ 1 Tessalonicenses 4:16 e seguintes
[nota d2] ^ 1 Timóteo 2:11-14
[nota e2] ^ Romanos 16:1
[nota f2] ^ mais adiante, em Romanos 16:7
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[editar]Bibliografia
Étienne Trocmé. L'enfance du christianisme (em francês). [S.l.]: Hachette, 1999.
[editar]Ligações externas
Peter and Paul. In the Footsteps of Paul . Tarsus . 4 (em inglês). PBS. Página visitada em 17/04/2011.
[Esconder]
v • e
Apóstolos
Doze apóstolos de Jesus Pedro • André • Tiago Maior • João • Filipe • Bartolomeu • Judas Tomé • Tiago Menor • Mateus • Simão • Judas Iscariotes • Judas Tadeu
Outros apóstolos bíblicos Matias • Paulo • Marcos • Barnabé • Lucas • Tiago Adelfo • Estêvão • Silas • Timóteo • Apolo
O Mito do deus Tammuz (Dumuzi, na Suméria)
pagina 40 do livro (Mitologia Oriental) [Dumuzi, 40, 43, 100]
Mitologia do deus Tammuz (Dumuzi, na Suméria), morto e ressuscitado,
protótipo de Adônis, que era consorte, bem como filho de parto virginal, da
deusa -mãe de muitos nomes: Inanna, Ninhursag, Ístar, Astarté, Ártemis,
Deméter, Afrodite, Vênus.
[pagina 17 Henri Frankfort, Cylinder Seals,The Macmillan Company, Londres, 1939]
Em todo o mundo antigo, um monte de terra como
o que aparece no centro do desenho simbolizava a deusa. É cognato do clássico
umbigo do antigo relicário budista . Quando ampliado, ele é o monte dos
deuses (Olimpo grego, Meru indiano), em cujo topo está a fulgurante cidade das
divindades , com as águas do abismo embaixo e os domínios da vida no meio.
A deusa-mãe sustenta-os a todos. Ela é reconhecida no céu estrelado bem
como na terra semeada, e no sinete pode ser vista não apenas no monte mas
também no fundo plano e nas bordas superior e inferior, na última das quais o
monte desaparece. Tudo isto indica um ciclo de vida- na -
natureza - pela - morte -mútua. E como todas as figuras representam o poder do
mesmo deus, o tema mitológico representado é o da energia geradora que se
autoconsome, que vive sempre e morre sempre e que é a vida e a morte em todas
as coisas.
texto do site wikipedia
Tamuz (Tammuz; em acadiano ou em sumério Dumuzid) era uma antiga divindade suméria.
O bíblico Tamuz era um deus dos sumérios conhecido como Dumuzi e pelos egípcios como Hórus. Tamuz tinha como companheira Astarte, a rainha do céu - Istar para os acádios, Ísis para os egípcios, Afrodite para os gregos e Inanna para os sumérios. O relacionamento entre Hórus e Ísis, e as respectivas características deles, correspondem notavelmente ao relacionamento e às características dos babilônios Tamuz e Istar. Assim, muitos peritos acham que eles são os mesmos
Dumuzi-Tamuz o eterno apaixonado da deusa Inanna, trata-se de um humano, de um pastor de rebanho, em oposição ao agricultor Enkidu, o pastor Tamuz acaba por se tornar num deus, estando associado à vegetação e à agricultura, porquanto é um deus que morreu jovem, e ressuscitou no ano seguinte (e assim sucede também com a vegetação, que todos os anos renasce).
É o oposto de An, um deus verdadeiramente imortal, e por isso mesmo tido por idoso, mas também por culto e experiente.
Foi muito cultuado, mais tarde, em Babilónia, sob o nome de Tamuz (como se vê no livro Bíblico de Ezequiel, capítulo 8, versículo 14). A sua lenda está quase de certeza por de trás de outros cultos antigos, designadamente o de Baal nas terras de Canaã e o de Adónis na Grécia Antiga.
Mitologia do deus Tammuz (Dumuzi, na Suméria), morto e ressuscitado,
protótipo de Adônis, que era consorte, bem como filho de parto virginal, da
deusa -mãe de muitos nomes: Inanna, Ninhursag, Ístar, Astarté, Ártemis,
Deméter, Afrodite, Vênus.
[pagina 17 Henri Frankfort, Cylinder Seals,The Macmillan Company, Londres, 1939]
Em todo o mundo antigo, um monte de terra como
o que aparece no centro do desenho simbolizava a deusa. É cognato do clássico
umbigo do antigo relicário budista . Quando ampliado, ele é o monte dos
deuses (Olimpo grego, Meru indiano), em cujo topo está a fulgurante cidade das
divindades , com as águas do abismo embaixo e os domínios da vida no meio.
A deusa-mãe sustenta-os a todos. Ela é reconhecida no céu estrelado bem
como na terra semeada, e no sinete pode ser vista não apenas no monte mas
também no fundo plano e nas bordas superior e inferior, na última das quais o
monte desaparece. Tudo isto indica um ciclo de vida- na -
natureza - pela - morte -mútua. E como todas as figuras representam o poder do
mesmo deus, o tema mitológico representado é o da energia geradora que se
autoconsome, que vive sempre e morre sempre e que é a vida e a morte em todas
as coisas.
texto do site wikipedia
Tamuz (Tammuz; em acadiano ou em sumério Dumuzid) era uma antiga divindade suméria.
O bíblico Tamuz era um deus dos sumérios conhecido como Dumuzi e pelos egípcios como Hórus. Tamuz tinha como companheira Astarte, a rainha do céu - Istar para os acádios, Ísis para os egípcios, Afrodite para os gregos e Inanna para os sumérios. O relacionamento entre Hórus e Ísis, e as respectivas características deles, correspondem notavelmente ao relacionamento e às características dos babilônios Tamuz e Istar. Assim, muitos peritos acham que eles são os mesmos
Dumuzi-Tamuz o eterno apaixonado da deusa Inanna, trata-se de um humano, de um pastor de rebanho, em oposição ao agricultor Enkidu, o pastor Tamuz acaba por se tornar num deus, estando associado à vegetação e à agricultura, porquanto é um deus que morreu jovem, e ressuscitou no ano seguinte (e assim sucede também com a vegetação, que todos os anos renasce).
É o oposto de An, um deus verdadeiramente imortal, e por isso mesmo tido por idoso, mas também por culto e experiente.
Foi muito cultuado, mais tarde, em Babilónia, sob o nome de Tamuz (como se vê no livro Bíblico de Ezequiel, capítulo 8, versículo 14). A sua lenda está quase de certeza por de trás de outros cultos antigos, designadamente o de Baal nas terras de Canaã e o de Adónis na Grécia Antiga.
Thursday, January 24, 2013
INDRA
Devanagari
Indra ( Devanagari : इन्द्र) ou Śakra é o líder dos Devas , ou deuses, eo Senhor dos Svargaloka ou céu no Hindu religião. He is the God of war, the god of thunderstorms. [ 1 ] His weapon is the lightning bolt ( vajra ). Ele é o Deus da guerra, o deus das tempestades. [1] A sua arma é o raio (vajra). Indra is one of the chief deities in the Rigveda . A Indra é uma das principais divindades do Rigveda . He is the twin brother of Agni and hence said to be born of Dyaus Pitar (Father Heaven) and Prithvi Mata (Mother Earth). [ 2 ] He is also mentioned as an Aditya , a son of Aditi . Ele é o irmão gêmeo de Agni e, portanto, disse que nasceu de Dyaus Pitar (Céu Pai) e Mata Prithvi (Mãe Terra). [2] Ele também é mencionado como um Aditya , um filho de Aditi . His home is situated on Mount Meru . [ 3 ] Sua casa está situada em Monte Meru . [3]
He has many epithets, notably vṛṣan the bull, and vṛtrahan , slayer of Vṛtra, meghavahana "the one who rides the clouds" & Devapati "the lord of gods or devas". [ 3 ] Indra appears as the name of an arch-demon in the Zoroastrian religion, while his epithet Verethragna appears as a god of victory. Ele tem muitos epítetos, nomeadamente vṛṣan o touro, e vṛtrahan, matador de Vrtra, meghavahana "aquele que cavalga as nuvens" & Devapati "o senhor dos deuses ou devas". [3] Indra aparece como o nome de um arco-demônio no zoroastrismo religião, enquanto seu epíteto Verethragna aparece como um deus da vitória. Indra is also called Śakra frequently in the Vedas and in Buddhism ( Pali : Sakka ). Indra também é chamado Śakra freqüentemente nos Vedas e no budismo ( Pali : Sakka). He is known in Burmese as သိကြားမင်း , pronounced: [ðadʑá mɪ́ɴ] ; in Thai as พระอินทร์ Phra In , in Malay as Indera , In Telugu(తెలుగు)language Indra(ఇంద్ర), swargadhipathi(స్వర్గాధిపతి), in Tamil as Intiran , Chinese as 帝释天Dìshìtiān , and in Japanese as 帝釈天 Taishakuten . [ 4 ] Ele é conhecido na Birmânia como သိ ကြား မင်း, pronunciado: [ðadʑá mɪɴ] , em tailandês como พระอินทร์ Phra In, em malaio como Indera, em telugu (తెలుగు) Indra linguagem (ఇంద్ర), swargadhipathi (స్వర్గాధిపతి), em Tamil como Intiran, chinês como帝释天Dìshìtiān, e em japonês como 帝釈天 Taishakuten. [4]
He is celebrated as a demiurge who pushes up the sky, releases dawn (Ushas) from the Vala cave, and slays Vṛtra ; both latter actions are central to the Soma sacrifice. Ele é celebrado como um demiurgo que empurra para cima o céu, lançamentos de madrugada (Ushas) da caverna Vala, e mata Vrtra , ambos últimas acções são fundamentais para a Soma sacrifício. He is associated with Vajrapani - the Chief Dharmapala or Defender and Protector of the Buddha , Dharma and Sangha who embodies the power of all primordial or Dhyani Buddhas . Ele é associado com Vajrapani - o Chefe Dharmapala ou defensor e protetor do Buda , Dharma e Sangha que encarna o poder de todos primordial ou Budas Dhyani . On the other hand, he also commits many kinds of mischief (kilbiṣa) for which he is sometimes punished. Por outro lado, ele também comete muitos tipos de mal (kilbiṣa) para os quais ele é por vezes punida. In Puranic mythology, Indra is bestowed with a heroic and almost brash and amorous character at times, even as his reputation and role diminished in later Hinduism with the rise of the Trimurti . Em Puranic mitologia, Indra é agraciado com um personagem heróico e quase impetuoso e amorosa, às vezes, até mesmo como sua reputação e papel diminuído na tarde hinduísmo com o aumento da Trimurti .
Contents
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Aspects of Indra as a deity are cognate to other Indo-European gods; they are either thunder gods such as Thor , Perun , and Zeus , or gods of intoxicating drinks such as Dionysos . Aspectos da Indra como uma divindade são cognatos a outros deuses indo-europeus, eles são ou deuses do trovão , como Thor , Perun e Zeus , ou deuses de intoxicante bebidas, como Dionísio . The name of Indra (Indara) is also mentioned among the gods of the Mitanni , a Hurrian speaking people who ruled northern Syria from ca.1500BC-1300BC. [ 5 ] O nome de Indra (Indara) também é mencionado entre os deuses do Mitani , um hurritas pessoas falando que governaram norte Síria de ca.1500BC-1300BC. [5]
Janda (1998:221) suggests that the Proto-Indo-European (or Graeco-Aryan ) predecessor of Indra had the epithet *trigw-welumos "smasher of the enclosure" (of Vritra , Vala ) and diye-snūtyos "impeller of streams" (the liberated rivers, corresponding to Vedic apam ajas "agitator of the waters"), which resulted in the Greek gods Triptolemos and Dionysos . Janda (1998:221) sugere que o proto-indo-europeu (ou greco-ariano antecessor) de Indra tinha o epíteto * trigw-welumos "smasher do recinto" (de Vritra , Vala ) e diye-snūtyos impulsor "de fluxos de "(os rios liberadas, correspondentes a védica APAM AJAS" agitador das águas "), o que resultou nos deuses gregos Triptólemos e Dionysos .
Vedic Indra corresponds to Verethragna of the Zoroastrian Avesta as the noun verethragna- corresponds to Vedic vrtrahan- , which is predominantly an epithet of Indra. Indra Védica corresponde a Verethragna do Zoroastrian Avesta como o substantivo Verethragna-corresponde a Védica vrtrahan, que é predominantemente um epíteto de Indra. The word vrtra- / verethra- means "obstacle". A palavra-Vrtra / verethra-significa "obstáculo". Thus, vrtrahan- / verethragna- is the "smiter of resistance". Assim, vrtrahan-/ Verethragna-se o "espancador de resistência". Vritra as such does not appear in either the Avesta or books of Zoroastrian tradition. Vritra, como tal, não aparece tanto no Avesta ou livros de tradição zoroastriana. Since the name 'Indra' appears in Zoroastrian texts as that of a demon opposing Truth ( Vd. 10.9; Dk. 9.3; Gbd . 27.6, 34.27) Zoroastrian tradition has separated both aspects of Indra. Desde 'Indra' o nome aparece em textos zoroastrianos como a de um demônio oposição Verdade ( Vd. 10,9; Dk. 9,3; GBD . 27,6, 34,27) tradição zoroastriana separou ambos os aspectos da Indra.
He under whose supreme control are horses, all chariots, the villages, and cattle; Ele sob cujo controle supremo são cavalos, todos os carros, as aldeias, e gado;
He who gave being to the Sun and Morning, who leads the waters, He, O men, is Indra. Ele que deu a estar ao Sol da Manhã, que leva as águas, Ele, ó homens, é Indra. (2.12.7, trans. Griffith ) (2.12.7, trans. Griffith )
He who gave being to the Sun and Morning, who leads the waters, He, O men, is Indra. Ele que deu a estar ao Sol da Manhã, que leva as águas, Ele, ó homens, é Indra. (2.12.7, trans. Griffith ) (2.12.7, trans. Griffith )
It further states, Afirma ainda,
Indra, you lifted up the outcast who was oppressed, you glorified the blind and the lame. Indra, que levantou a pária que foi oprimido, você glorificado os cegos e os coxos. (Rg-Veda 2:13:12) [ 6 ] (Rig-Veda 02:13:12) [6]
Indra is, with Varuna and Mitra , one of the Ādityas , the chief gods of the Rigveda (besides Agni and the others such as the Ashvins ). Indra é, com Varuna e Mitra , um dos Adityas , os principais deuses do Rigveda (além Agni e os outros, como os Ashvins ). He delights in drinking Soma , and the central Vedic myth is his heroic defeat of Vṛtrá , liberating the rivers , or alternatively, his smashing of the Vala cave, a stone enclosure where the Panis had imprisoned the cows that are habitually identified with Ushas , the dawn(s). Ele tem prazer em beber Soma , eo central mito védico é sua derrota heróica de Vrtra , liberando os rios , ou, alternativamente, o seu esmagamento da Vala caverna, uma caixa de pedra onde os Panis havia aprisionado as vacas que são habitualmente identificados com Ushas , o alvorecer (s). He is the god of war, smashing the stone fortresses of the Dasyu , but he is also is invoked by combatants on both sides in the Battle of the Ten Kings . Ele é o deus da guerra, quebrando as fortalezas de pedra da Dasyu , mas ele é também é invocado por combatentes de ambos os lados na Batalha dos Dez Reis .
Indra as depicted in Yakshagana , popular folk art of Karnataka Indra como descrito na Yakshagana , arte popular popular de Karnataka
The Rig-Veda frequently refers to him as Śakra : the mighty-one. O Rig-Veda freqüentemente se refere a ele como Śakra: o poderoso e um. In the Vedic period, the number of gods was assumed to be thirty-three and Indra was their lord. No período védico, o número de deuses foi assumida como 33 e Indra era seu senhor. (Some early post Rigvedic texts such as the Khilas and the late Vedic Brihad-Aranyaka Upanishad enumerates the gods as the eight Vasus, the eleven Rudras , the twelve Adityas, Indra, and Prajapati). (Alguns textos pós iniciais rigvédicos como os Khilas e da tarde védica Brihad-Aranyaka Upanishad enumera os deuses como os oito Vasus, os onze Rudras , os 12 Adityas, Indra e Prajapati). As lord of the Vasus, Indra was also referred to as Vāsava . Como senhor do Vasus, Indra foi também referida como Vasava.
By the age of the Vedanta , Indra became the prototype for all lords and thus a king could be called Mānavendra (Indra or lord of men) and Rama , the hero of the Ramayana , was referred to as Rāghavendra (Indra of the clan of Raghu). Pela idade da Vedanta , a Indra se tornou o protótipo de todos os senhores e, portanto, um rei poderia ser chamado Mānavendra (Indra ou senhor dos homens) e Rama , o herói do Ramayana , foi referido como Raghavendra (Indra do clã de Raghu ). Hence the original Indra was also referred to as Devendra (Indra of the Devas). Daí a Indra original também foi referido como Devendra (Indra dos Devas). However, Sakra and Vasava were used exclusively for the original Indra. No entanto, Sakra e Vasava foram usados exclusivamente para o Indra original. Though modern texts usually adhere to the name Indra, the traditional Hindu texts (the Vedas, epics and Puranas) use Indra, Sakra and Vasava interchangeably and with the same frequency. Embora textos modernos costumam aderir à Indra nome, os textos tradicionais hindus (Vedas, épicos e Puranas) usar Indra, Sakra e Vasava indistintamente e com a mesma freqüência.
"Of the Vedas I am the Sama Veda; of the demigods I am Indra, the king of heaven; of the senses I am the mind; and in living beings I am the living force [consciousness]." "Dos Vedas Eu sou o Sama Veda; dos semideuses Eu sou Indra, o rei dos céus; dos sentidos Eu sou a mente, e nos seres vivos Eu sou a força viva [consciência]." (Bhagavad Gita 10.22) [1] (Bhagavad Gita 10.22) [1]
In the Rig Veda , Indra is the king of the gods and ruler of the heavens. No Rig Veda , Indra é o rei dos deuses e governante dos céus. Indra is the god of thunder and rain and a great warrior, a symbol of courage and strength. Indra é o deus do trovão e da chuva e um grande guerreiro, um símbolo de coragem e força. He leads the Deva (the gods who form and maintain Heaven ) and the elements, such as Agni (Fire), Varuna (Water) and Surya (Sun), and constantly wages war against the opponents of the gods, the demon-like Asuras . Ele lidera o Deva (os deuses que formam e mantêm o céu ) e os elementos, tais como Agni (Fogo), Varuna (Água) e Surya (Sol), e constantemente guerra salários contra os adversários dos deuses, os demônios como Asuras . As the god of war, he is also regarded as one of the Guardians of the directions , representing the east. Como o deus da guerra, ele também é considerado como um dos Guardiões das direções , representando o leste. As the favourite 'national' god of the Vedic Indians, Indra has about 250 hymns dedicated to him in the Rigveda. Como deus o favorito "nacional" dos índios Védica, Indra tem cerca de 250 hinos dedicados a ele no Rigveda.
Detail of the Phra Prang, the central tower of the Wat Arun ("Temple of Dawn") in Bangkok , Thailand - showing Indra on his three-headed elephant Erawan ( Airavata ). Detalhe da Prang Phra, a torre central do Wat Arun ("Templo do Amanhecer") em Bangkok , Tailândia - mostrando Indra em sua três cabeças de elefante Erawan ( Airavata ).
In Rig Veda , Indra the solar god is sometimes described as golden-bodied (" Gora " that means golden-yellowish) with golden jaw, nails, hair, beard. No Rig Veda , Indra o deus solar é às vezes descrito como dourado-bodied (" Gora ", que significa dourado-amarelada), com mandíbula de ouro, unhas, cabelo, barba.
One Atharva Vedic verse reads, "In Indra are set fast all forms of golden hue." [ 7 ] Um verso védico Atharva lê, "em Indra se defina rapidamente todas as formas de tom dourado". [7]
In the RV 1.65 reads, "SAKRA, who is the purifier (of his worshipers), and well-skilled in horses, who is wonderful and golden-bodied." [ 8 ] Rig Veda also reads that Indra "is the dancing god who, clothed in perfumed garments, golden-cheeked rides his golden cart." [ 9 ] One passage calls him both brown and yellow. [ 10 ] "Him with the fleece they purify, brown, golden-hued, beloved of all, Who with exhilarating juice goes forth to all the deities" Na RV 1,65 lê, "Sakra, que é o purificador (de seus fiéis), e bem qualificados em cavalos, que é maravilhoso e dourado-bodied". [8] Rig Veda também lê que Indra "é o deus que dança , vestido de vestes de ouro perfumados, de bochechas monta seu carrinho de ouro ". [9] Uma passagem chama tanto marrom e amarelo. [10] "Ele com o velo que purificam, marrom, dourado, tons, amado por todos, que com suco estimulante sai para todas as divindades "
Indra is described in the Rig Veda having blond, or 'yellow', hair. [ 11 ] One part of the Rig Veda says, "At the swift draught the Soma-drinker waxed in might, the Iron One with yellow beard and yellow hair." Indra é descrito no Rig Veda ter o cabelo loiro, ou 'amarelo'. [11] Uma parte do Rig Veda diz: "No projecto rápida Soma-bebedor encerado em força, o ferro um com barba amarela e cabelo amarelo . " The Rig Veda/Mandala 10/Hymn 96 O Rig Veda / Mandala 10/Hymn 96
Like violent gusts of wind the droughts that I have drunk have lifted me Have I not drunk of Soma juice? [ 12 ] Como violentas rajadas de vento as secas que eu tenho bebido ter levantado mim Tenha eu não bêbado de suco de Soma? [12]
Fair cheeks hath Indra, Maghavan, the Victor, Lord of a great host, Stormer, strong in action. Bochechas Feira tem Indra, Maghavan, o Victor, Senhor de um grande exército, Stormer, forte em ação. What once thou didst in might when mortals vexed thee, where now, O Bull, are those thy hero exploits? O que uma vez tu em força quando os mortais polémica te, onde agora, ó Bull, são essas façanhas herói teus?
May the strong Heaven make thee the Strong wax stronger: Strong, for thou art borne by thy two strong Bay Horses. Que o Céu te faça forte a cera forte mais forte: forte, pois tu és o cargo teus dois cavalos Bay fortes. So, fair of cheek, with mighty chariot, mighty, uphold us, strong-willed, thunder armed, in battle. Então, feira de rosto, com carro poderoso, poderoso, defender-nos, de temperamento forte, trovões armado, na batalha.
Indra's weapon, which he used to kill Vritra , is the ( Vajra ), though he also uses a bow , a net , and a hook. Arma de Indra, que ele usou para matar Vritra , é o ( Vajra ), embora ele também usa um arco , uma rede e um gancho. In the post-Vedic period, he rides a large, four-tusked white elephant called Airavata . No período pós-védico, ele monta um grande elefante de quatro presas branco chamado Airavata . When portrayed having four arms, he has lances in two of his hands which resemble elephant goads. Quando retratado com quatro braços, ele tem lanças em duas de suas mãos que lembram aguilhões elefante. When he is shown to have two, he holds the Vajra and a bow. [ 15 ] He lives in Svarga in the clouds around Mt. Quando ele é mostrado para ter dois, ele segura o Vajra e um arco. [15] Ele vive em Svarga nas nuvens ao redor Monte. Meru . Meru . Deceased warriors go to his hall after death, where they live without sadness, pain or fear. Guerreiros falecidos ir para sua sala após a morte, onde vivem sem dor, tristeza ou medo. They watch the Apsaras and the Gandharvas dance, and play games. Eles observam os Apsaras e Gandharvas , dança e jogos. The gods of the elements, celestial sages, great kings, and warriors enrich his court. Os deuses dos elementos, sábios celestes, grandes reis, guerreiros e enriquecer sua corte.
In Hindu mythology , the rainbow is called Indra's Bow (Sanskrit: indradhanushya इंद्रधनुष ). Na mitologia hindu , o arco-íris é chamado de Indra Bow (sânscrito: indradhanushya इंद्रधनुष).
It is a contemporary belief that Indra is a designation assigned to the King of Gods. [ citation needed ] However, there is no official documentation proving the theory. [ citation needed ] In Hindu myth, he is married to Shachi or Indrani or Pulomaja [ 3 ] (whose father, Puloman , Indra killed), and is the father of Arjuna (by Kunti ), Jayanta , Midhusa , Nilambara , Khamla , Rbhus , Rsabha . É uma crença contemporânea que Indra é uma designação atribuída ao rei dos deuses. [ carece de fontes? ] No entanto, não há nenhuma documentação oficial comprovando a teoria. [ citação necessário ] No mito hindu, ele é casado com Shachi ou Indrani ou Pulomaja [ 3] (cujo pai, Puloman , Indra mortos), e é o pai de Arjuna (por Kunti ), Jayanta , Midhusa , Nilambara , Khamla , Rbhu , Rsabha . Indra is a brother to Surya . Indra é um irmão para Surya . He is attended to by the Maruts (and the Vasus ), children of Diti (mother of demons), and Rudra . Ele é atendido pelos Maruts (eo Vasus ), filhos de Diti (mãe de demônios), e Rudra . Indra had slain Diti's previous wicked children, so she hoped her son would be more powerful than him and kept herself pregnant for a century, practicing magic to aid her fetal son. Indra havia matado anteriores DITI de crianças más, assim ela esperava que seu filho seria mais poderoso do que ele e manteve-se grávida por um século, praticando magia para ajudar seu filho fetal. When Indra discovered this, he threw a thunderbolt at her and shattered the fetus into 7 or 49 parts; each part regenerated into a complete individual, and the parts grew into the Maruts, a group of storm gods, who are less powerful than Indra. Quando Indra descobriu isso, ele jogou um raio para ela e quebrou o feto em 7 ou 49 partes, cada parte regenerado em um indivíduo completo, e as partes se transformou na Maruts, um grupo de deuses da tempestade, que são menos poderosos do que Indra.
In post-Vedic myth, Vṛtrá , an asura , stole all the water in the world and Indra drank much Soma to prepare himself for the battle with the huge serpent. No pós-védico mito, Vrtra , um asura , roubou toda a água no mundo e Indra bebia muito Soma para se preparar para a batalha com a serpente enorme. He passed through Vṛtrá's ninety-nine fortresses, slew the monster and brought water back to Earth. Ele passou por 99 Vrtra fortalezas, matou o monstro e trouxe água de volta para a Terra.
In another version of the story, [ citation needed ] Vṛtrá was created by Tvashtri to get revenge for Indra's murder of his son, Trisiras , a pious Brahmin whose increase of power worried Indra. Em outra versão da história, [ carece de fontes? ] Vrtra foi criado por Tvashtri para se vingar pelo assassinato de Indra de seu filho, Trisiras , um piedoso brâmane cujo aumento do poder preocupado Indra. Vṛtrá won the battle and swallowed Indra, but the other gods forced him to vomit Indra out. Vrtra ganhou a batalha e engoliu Indra, mas os outros deuses o forçou a vomitar Indra fora. The battle continued and Indra fled. Vishnu and the Rishis brokered a truce, and Indra swore he would not attack Vṛtrá with anything made of metal, wood, or stone, nor anything that was dry or wet, or during the day or the night. A batalha continuou e Indra fugiram. Vishnu e os Rishis mediou uma trégua, e Indra jurou que não iria atacar Vrtra com qualquer coisa feita de madeira, metal ou pedra, nem coisa alguma que estava seco ou molhado, ou durante o dia ou a noite. Indra used the foam from the waves of the ocean to kill him at twilight. Indra usou a espuma das ondas do mar para matá-lo no crepúsculo.
In yet another version, recounted in the Mahabharata , Vṛtrá was a Brahmin who got hold of supernatural powers, went rogue and became a danger to the gods. Em outra versão, contada no Mahabharata , Vrtra era um brâmane que se apoderou de poderes sobrenaturais, foram desonestos e tornou-se um perigo para os deuses. Indra had to intervene, and slew him after a hard fight. Indra teve de intervir, eo matou depois de uma luta dura. A horrible goddess named Brāhmanahatya (the personified sin of Brahmin murder) came from the corpse of Vṛtrá and pursued Indra, who hid inside a lotus flower. Um horrível deusa chamada Brāhmanahatya (o pecado personificado do assassinato brâmane) veio do cadáver de Vrtra e perseguido Indra, que se escondeu dentro de uma flor de lótus. Indra went to Brahma and begged forgiveness for having killed a Brahmin. Indra foi para a Brahma e pediu perdão por ter matado um brâmane. "Vajrayudha", which Indra possessed, is believed to be prepared from backbone of a sage Dadhichi to kill Asuras. "Vajrayudha", que possuía Indra, acredita-se ser preparados a partir de espinha dorsal de um sábio Dadhichi matar Asuras.
Krishna holding Govardhan hill from Smithsonian Institution 's collections Krishna realização Govardhan morro da Smithsonian Institution coleções 's
In post-Vedic texts, Indra is described with more human characteristics and vices than any other Vedic deity. Na pós-védicos textos, Indra é descrito com características mais humanas e vícios do que qualquer divindade védica outro. Modern Hindus, also tend to see Indra as minor deity in comparison to others in the Hindu pantheon, such as Shiva , Vishnu , or Devi . Modern hindus, também tendem a ver Indra como divindade menor em comparação com os outros no panteão hindu, como Shiva , Vishnu , ou Devi . A Puranic story illustrating the subjugation of Indra's pride is illustrated in the story of Govardhan hill where Krishna , Avatar or incarnation of Vishnu carried the hill and protected his devotees when Indra, angered by non-worship of him, launched rains over the village. Uma história Puranic ilustrando a subjugação de orgulho Indra é ilustrado na história de Govardhan colina onde Krishna , Avatar ou encarnação de Vishnu realizado o morro e protegeu seus devotos quando Indra, irritado com a adoração não-lo, lançou chuvas sobre a vila. In another Mahabharata story, Karna tries to earn merit and fame by becoming the lord of charity, a 'daan-veer'. Em outra história Mahabharata, Karna tenta ganhar mérito e fama ao se tornar o senhor de caridade, um 'daan-veer'. Krishna takes advantage of this charitable nature and gets Indra, king of the gods, to ask as charity Karna's natural armor 'Kavach and Kundal'. Krishna toma vantagem desta natureza caridosa e fica Indra, o rei dos deuses, para perguntar como "Kavach e Kundal 'armadura natural caridade de Karna. Karna donates this leaving himself vulnerable. Doa Karna esta deixando-se vulnerável. Impressed by Karna's unwavering commitment to charity, Indra gifts Karna a spear that never misses its mark but can be used only once. [ 16 ] Impressionados com o compromisso inabalável de Karna para a caridade, a Indra presentes Karna uma lança que nunca erra o alvo, mas pode ser usado apenas uma vez. [16]
Indra never tricked Ahalya ,the wife of Gautama Maharishi as most moden versions of the myths claim.The affair between Ahalya and Indra was mutual as Ahalya already knew that it was Indra who was in the guise of the sage [ citation needed ] Gautama punished Indra with a curse of losing his manliness and Ahalya too was cursed of being invisible to the eyes of everyone. Indra nunca enganou Ahalya , a esposa de Gautama Maharishi como a maioria das versões mais modernas dos mitos caso claim.The entre Ahalya e Indra era mútuo como Ahalya já sabia que era Indra que estava sob o disfarce do [sábio carece de fontes? ] Indra Gautama punido com uma maldição de perder sua virilidade e Ahalya também foi amaldiçoado de ser invisível aos olhos de todos.
In this story from the Brahmavaivarta Purana , [ 17 ] [ citation needed ] Indra defeats Vṛtrá and releases the waters. Nesta história do Purana Brahmavaivarta, [17] [ carece de fontes? ] Indra derrotas Vrtra e libera as águas. Elevated to the rank of King of the gods, Indra orders the heavenly craftsman, Vishvakarma, to build him a grand palace. Elevado à posição de rei dos deuses, Indra ordens do artesão celeste, Vishvakarma, para lhe construir um grande palácio. Full of pride, Indra continues to demand more and more improvements for the palace. Cheio de orgulho, Indra continua a exigir mais e mais melhorias para o palácio. At last, exhausted, Vishvakarma asks Brahma the Creator for help. Afinal, exausta, Vishvakarma pede Brahma ajuda ao Criador. Brahma in turn appeals to Vishnu , the Supreme Being. Brahma, por sua vez apela para Vishnu , o Ser Supremo.
Vishnu visits Indra's palace in the form of a Brahmin boy; Indra welcomes him in. Vishnu praises Indra's palace, casually adding that no former Indra had succeeded in building such a palace. Vishnu visita palácio de Indra, na forma de um menino brâmane; Indra recebe-lo dentro Vishnu elogia palácio de Indra, casualmente acrescentando que nenhum Indra anterior tinha conseguido construir um palácio. At first, Indra is amused by the Brahmin boy's claim to know of former Indras. Na primeira, a Indra se diverte com a alegação do menino brâmane para saber de Indras anteriores. But the amusement turns to horror as the boy tells about Indra's ancestors, about the great cycles of creation and destruction, and even about the infinite number of worlds scattered through the void, each with its own Indra. Mas a diversão se transforma em horror quando o garoto fala sobre antepassados Indra, sobre os grandes ciclos de criação e destruição, e até mesmo sobre o número infinito de mundos espalhados pelo vazio, cada um com seu próprio Indra. The boy claims to have seen them all. O menino diz ter visto todos eles. During the boy's speech, a procession of ants had entered the hall. Durante o discurso do menino, uma procissão de formigas tinha entrado no salão. The boy saw the ants and laughed. O rapaz viu as formigas e riu. Finally humbled, Indra asks the boy why he laughed. Finalmente humilhado, Indra pergunta ao garoto porque ele riu. The boy reveals that the ants are all former Indras. O rapaz revela que as formigas são todos Indras anteriores.
Another visitor enters the hall. Outro visitante entra na sala. He is Shiva, in the form of a hermit. Ele é Shiva, sob a forma de um eremita. On his chest lies a circular cluster of hairs, intact at the circumference but with a gap in the middle. No peito encontra-se um conjunto circular de pêlos, intacta na periferia, mas com uma abertura no meio. Shiva reveals that each of these chest hairs corresponds to the life of one Indra. Shiva revela que cada um destes pêlos do tórax corresponde à vida de um Indra. Each time a hair falls, one Indra dies and another replaces him. Cada vez que um fio de cabelo cai, um morre e outro Indra substitui-lo.
No longer interested in wealth and honor, Indra rewards Vishvakarma and releases him from any further work on the palace. Não mais interessado em riqueza e honra, recompensas Indra Vishvakarma e libera-lo de qualquer trabalho sobre o palácio. Indra himself decides to leave his life of luxury to become a hermit and seek wisdom. Indra se decide deixar sua vida de luxo para se tornar um eremita e sabedoria de busca. Horrified, Indra's wife Shuchi asks the priest Brihaspati to change her husband's mind. Horrorizada, a esposa de Indra Shuchi pede ao padre Brihaspati mudar a mente de seu marido. He teaches Indra to see the virtues of both the spiritual life and the worldly life. Ele ensina Indra a ver as virtudes de tanto a vida espiritual e da vida mundana. Thus, at the end of the story, Indra learns how to pursue wisdom while still fulfilling his kingly duties. Assim, no final da história, a Indra aprende a buscar sabedoria e ainda cumprir seus deveres de rei.
Each Manu rules during an eon called a Manvantara. Cada Manu regras durante uma era chamado de Manvantara. 14 Manvantaras make up a Kalpa, a period corresponding to a day in the life of Brahma. 14 Manvantaras tornar-se um Kalpa, um período correspondente a um dia na vida de Brahma. Every Manvantara has 1 Indra that means with every Kalpa 14 Indras changes. Cada Manvantara tem 1 Indra significa que a cada 14 Kalpa com mudanças Indras. Thae Markandye Rishi is said to have a complete age of one Kalpa and in a Puran on his name called "Markandey Puran" the exact age corresponding to the human age or solar year is described in details. Thae Rishi Markandye é dito ter uma idade completa de um Kalpa e num Puran em seu nome chamado "Markandey Puran" a idade exacta correspondente à idade humano ou ano solar é descrita em mais detalhes. The following list is according to Vishnu Purana 3.1–2): [ 18 ] A lista a seguir é de acordo com Vishnu Purana 3,1-2): [18]
Manvatara/Manu Manvatara / Manu
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Indra Indra
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Svayambhuva Svayambhuva
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Swarochish Swarochish
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Vipaschit Vipaschit
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Uttam Uttam
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Sushaanti Sushaanti
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Taamas Taamas
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Raivat Raivat
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Vibhu Vibhu
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Chaakshush Chaakshush
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Manojav Manojav
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Shraaddhdev Shraaddhdev
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Purandar (the present Indra) Purandar (o Indra presente)
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Savarni Savarni
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Daksha Saavarni Daksha Saavarni
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Adbhut Adbhut
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Brahma Saavarni Brahma Saavarni
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Shanti Shanti
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Dharma Saavarni Dharma Saavarni
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Vish Vish
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Rudraputra Saavarni Rudraputra Saavarni
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Ritudhaama Ritudhaama
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Ruchi (Deva Saavarni) Ruchi (Deva Saavarni)
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Devaspati Devaspati
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Bhaum (Indra Saavarni) Bhaum (Indra Saavarni)
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Suchi Suchi
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Indra as Sakka and Sachi Riding the Divine Elephant Airavata , Folio from a Jain text, Panchakalyanaka (Five Auspicious Events in the Life of Jina Rishabha ), circa 1670-1680, Painting in LACMA museum, originally from Amer , Rajasthan Indra como Sakka e Sachi Riding the Elephant Divino Airavata , Folio de um texto Jain, Panchakalyanaka (cinco eventos auspiciosos na Vida de Jina Rishabha ), por volta de 1670-1680, Pintura em LACMA museu, originalmente de Amer , Rajasthan
A Burmese statue of Thagyamin , the Burmese representation of Sakka-Indra. Uma estátua birmanesa de Thagyamin , a representação birmanesa de Sakka-Indra.
In Buddhism and Jainism , Indra is commonly called by his other name, Śakra or Sakka, ruler of the Trāyastriṃśa heaven. No budismo e jainismo , Indra é comumente chamado pelo seu outro nome, Śakra ou Sakka, governante do Trayastrimsa céu. However, Śakra is sometimes given the title Indra , or, more commonly, Devānām Indra , "Lord of the Devas". No entanto, Śakra às vezes é dado o título de Indra, ou, mais comumente, Devanam Indra, "O Senhor dos Devas". The ceremonial name of Bangkok claims that the city was "given by Indra and built by Vishvakarman ." O nome cerimonial de Banguecoque afirma que a cidade foi "dada por Indra e construída por Vishvakarman ". The provincial seal of Surin Province , Thailand is an image of Indra atop Airavata . O selo da província de Surin Province , Tailândia é uma imagem de Indra sobre Airavata .
In Jainism, Indra is also known as Saudharmendra , and always serves the Tirthankaras . No Jainismo, Indra também é conhecido como Saudharmendra, e serve sempre os Tirthankaras . Indra most commonly appears in stories related to Mahavira , in which Indra himself manages and celebrates the five auspicious events in that Tirthankara's life, such as Chavan kalyanak, Janma kalyanak, Diksha kalyanak, Kevalgyan kalyanak, and Nirvan kalyanak. Indra mais comumente aparece em histórias relacionadas a Mahavira , em que o próprio Indra gere e comemora os cinco eventos auspiciosos na vida que Tirthankara, como Chavan kalyanak, Janma kalyanak, Diksha kalyanak, kalyanak Kevalgyan, e Nirvan kalyanak.
In China , Korea , and Japan , he is known by the characters 帝释天 (Chinese: 釋提桓因, pinyin: shì dī huán yīn, Korean: "Je-seok-cheon" or 桓因Hwan-in , Japanese: "Tai-shaku-ten", kanji : 帝釈天). Na China , Coréia e Japão , ele é conhecido pelos personagens帝释天(chinês:释提桓因, pinyin: Shi Huan Di guānshì, coreano: "Je-seok-cheon" ou桓因Hwan-nos, japonês: "Tai-shaku-10", kanji :帝釈天). In Japan, Indra always appears opposite Brahma ( 梵天 , Japanese: "Bonten") in Buddhist art. No Japão, sempre aparece Indra oposto Brahma (梵天, japonês: "Bonten") na arte budista. Brahma and Indra are revered together as protectors of the historical Buddha ( 释迦 , Japanese: "Shaka", kanji : 釈迦), and are frequently shown giving Shaka his first bath. Brahma e Indra são reverenciados juntos como protetores do Buda histórico (释迦, japonês: "Shaka", kanji :釈迦), e são frequentemente mostrado dando Shaka seu primeiro banho. Although Indra is often depicted like a bodhisattva in the Far East, typically in Tang dynasty costume, his iconography also includes a martial aspect, wielding a thunderbolt from atop his elephant mount. Embora Indra é frequentemente retratado como um bodhisattva no Extremo Oriente, tipicamente em dinastia Tang traje, sua iconografia também inclui um aspecto marcial, empunhando um raio de cima de sua montaria elefante.
Some Buddhists regard the Daoist Jade Emperor as another interpretation of Indra. Alguns budistas consideram o taoísta Imperador de Jade como uma outra interpretação de Indra.
In the Huayan school of Buddhism and elsewhere, the image of Indra's net is a metaphor for the emptiness of all things. Na escola Huayan do budismo e em outros lugares, a imagem da rede de Indra é uma metáfora para o vazio de todas as coisas.
In Bali , the legend of Tirtha Empul Temple origin is related to Indra. Em Bali , a lenda de Tirtha Templo Empul origem está relacionada com a Indra. The sacred spring was created by the Indra, whose soldiers were poisoned at one time by Mayadanawa. A fonte sagrada foi criado pela Indra, cujos soldados foram envenenados de uma vez por Mayadanawa. Indra pierced the earth to create a fountain of immortality to revive them. Indra perfurou a terra para criar uma fonte de imortalidade para reanimá-
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